CONDENAÇÃO Á VISTA: Justiça rejeita argumentos de Cristina Kirchner e reforça pedido de condenação

Foto reprodução: jornal el liberal

Da Redação

A Justiça da Argentina deu continuidade nesta segunda-feira (14) ao processo em estágio mais avançado de acusações de corrupção contra a vice-presidente Cristina Kirchner.

Na prática, a audiência serviu para que os promotores Diego Luciani e Diego Mola aceitassem ou rejeitassem as alegações da defesa. Em agosto, eles pediram 12 anos de prisão para a política, levando apoiadores a fazer um plantão de apoio a ela diante de sua casa. Detratores também se organizaram, e dias depois Cristina foi alvo de um ataque fracassado a arma no local.

O processo é conhecido como "Vialidad" e está ligado a supostos subornos e superfaturamento de obras na província de Santa Cruz. O ex-presidente Néstor Kirchner (1950-2010), a hoje vice e o empresário Lázaro Báez são os principais acusados. Cristina moveu uma ação contra Luciani e Mola por prejuízo a sua imagem e difamação, mas o processo ainda não teve início.

Com a recusa do pedido de anulação da sentença nesta segunda, o próximo passo da ação deve ocorrer ainda neste ano, quando a Justiça confirmará ou não a condenação a 12 anos de prisão da política. Há, porém, algumas instâncias que separariam Cristina, por ora, de uma cela.

Primeiro porque, por ser vice-presidente, ela terá imunidade até, pelo menos, 10 de dezembro do ano que vem, quando termina seu mandato. Para ser julgada antes disso pela Corte Suprema, a partir dessa ação, o Congresso teria de votar um impeachment de suas funções -não só não há votos suficientes para isso hoje como a política é também líder do Senado.

De todo modo, eventual condenação teria forte valor simbólico nas eleições que se avizinham. Não há ainda candidatos claros para a disputa presidencial de 2023, mas alguns nomes já se perfilam. Do lado governista, peronistas se dividem entre a reeleição de Alberto Fernández, a volta de Cristina ou um nome da nova geração; nesta, são citados o chanceler Santiago Cafiero, ligado à ala "albertista", o ministro do Interior, Wado de Pedro, e o governador da província de

Buenos Aires, Axel Kicillof, fiéis kirchneristas.

Esse grupo sabe que, se Cristina estiver com alta rejeição, pode apontar alguém para liderar a chapa, como fez em 2019 com Fernández. Como a relação dos dois passa por uma crise, ganham espaço esses outros nomes, que incluem ainda Sergio Massa, chamado em agosto para tentar conter a inflação e salvar a popularidade da gestão -a curto prazo, ele está tendo algum sucesso.

Desde os inícios das acusações, Cristina já conseguiu suspender ou anular três dos sete processos a que respondia. O da "Vialidad" é o que avança de modo mais acelerado. Luciani disse nesta segunda que os pedidos de anulação foram vetados em sua totalidade. "[A defesa] nada trouxe que coloque dúvidas às evidências já levantadas para processar a ex-presidente.

Também acusou a política de tentar instalar um "clima de ilegalidade" no processo para, mais adiante, derrubá-lo recorrendo à Corte Suprema.

Luciani ainda afirmou que vem recebendo ameaças, desqualificações e ataques. "É algo que nunca ocorreu em minha vida em todos esses anos em que trabalho como promotor. Exigimos o retorno dos bons modos e dos princípios que regulam as cortes."

Em dezembro, além dos capítulos finais do processo da "Vialidad'', devem começar audiências do processo da tentativa de assassinato de Cristina, pelos quais responderão os líderes da chamada "gangue do algodão-doce", Fernando Sabag Montiel, Brenda Uliarte e mais dois supostos cúmplices

A tese de defesa de Cristina é de que os "copitos" (a "gangue do algodão-doce") tinham vínculo com um empresário ligado ao ex-presidente Mauricio Macri, o que faria do caso um crime político. Os advogados ainda defendem que jovens de extrema direita ligados ao grupo Revolução Federal sejam incluídos na ação -eles também seriam financiados por Nicolás Caputo, cofundador do PRO, partido de Macri.

A vice-presidente tenta uma manobra para trocar a juíza que lidera o caso, María Eugenia Capuchetti, por considerá-la parcial.

Com informações da Folha de São Paulo

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