Por Ricardo Brito
BRASÍLIA
(Reuters) - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, recebe
nesta terça-feira às 17h a visita do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira
de Oliveira, em meio a críticas e ameaças do presidente Jair Bolsonaro à corte
e ao processo eleitoral brasileiro.
Segundo
a assessoria do STF informou na noite de segunda, a reunião do ministro da
Defesa com Fux foi pedida por Paulo Sérgio e o presidente do STF aceitou.
Procurada na manhã desta terça, a assessoria do Ministério da Defesa não respondeu
de imediato a pedido de comentário.
O
encontro entre Fux e Paulo Sérgio ocorre dias após o aumento na escala de
tensão entre Bolsonaro e a cúpula do Poder Judiciário.
Bolsonaro
subiu o tom nos ataques ao STF após ter concedido um perdão presidencial ao
deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). O parlamentar foi condenado pelo
tribunal a quase nove anos de prisão pelos crimes de coação e ameaça contra
ministros do próprio Supremo.
O
presidente também voltou a atacar o processo eleitoral e exigir que as Forças
Armadas possam contar os votos das urnas eletrônicas nas eleições de outubro.
Na
manhã de domingo, em Brasília, ele não discursou aos apoiadores, mas compareceu
rapidamente à manifestação favorável ao seu governo, marcada por críticas ao
STF e ao Tribunal Superior Eleitoral, e afirmou, em uma transmissão ao vivo em
suas redes sociais, que o ato era "em defesa da Constituição, da
democracia e da liberdade".
Pouco
antes de se encontrar com o titular da Defesa, o presidente do Supremo vai
receber às 15h a visita do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e de
um grupo de senadores.
A
assessoria de imprensa do Supremo confirmou o encontro de Fux com Pacheco.
Disse que eles já tinham acertado de se encontrar. O tema do encontro é uma
pauta aberta.
À
Reuters, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que na semana passada o grupo
de senadores já esteve com vários ministros do Supremo e também com Pacheco
conversando sobre o atual momento político no país. Uma fonte próxima a Pacheco
disse que a intenção é buscar baixar a temperatura neste momento de ataques à
democracia, com um Poder atacando o outro. Segundo essa fonte, a ideia é tentar
fazer uma espécie de meio-de-campo, "magistrar" esse conflito.
Na quarta-feira, Pacheco e esse grupo de senadores também deve se reunir com o presidente do TSE, Luiz Edson Fachin.
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