Foto: Taciano Medrado
O
dólar engatava nova alta hoje, chegando a superar os R$ 5,11 nos picos do dia,
em meio a sentimento ainda frágil no exterior por temores de que o banco
central dos Estados Unidos será forçado a elevar os juros de maneira mais
rápida, apesar dos vários riscos enfrentados pela economia global. As informações são da Revista Forbes Brasil.
A
moeda mostrou alguma instabilidade nesta manhã, à medida que investidores
digeriam dados de emprego norte-americanos melhores que o esperado.
O
dólar chegou a operar no vermelho pouco após a publicação da leitura –que
mostrou a abertura de 428 mil postos de trabalho fora do setor agrícola dos EUA
em abril, contra expectativa em pesquisa da Reuters de 391 mil–, mas o
movimento foi muito breve e o dólar logo ganhou fôlego.
“O
‘payroll’ só reforça o discurso de que o banco central americano enxerga um
mercado de trabalho extremamente aquecido, o que leva eles a focar bastante em
combater a inflação, levando a taxa de juros para patamares mais altos, mais
rápido e permanecendo assim por mais tempo”, disse Gustavo Cruz, estrategista
da RB Investimentos.
“Isso
só coloca força no dólar, só reforça a visão dessa semana de que ativos de
maior risco, como as bolsas, vão sofrer um pouco mais adiante.”
Às
10:46 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,85%, a R$ 5,1094 na venda, após
tocar R$ 5,1104 no pico do dia, alta de 1,87%. Caso mantivesse esse preço até o
fim das negociações, a divisa dos EUA registraria seu maior patamar de
encerramento contra o real desde 15 de março passado (R$ 5,1584).
Na
B3, às 10:46 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento
subia 1,56%, a R$ 5,1465.
Na
véspera, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário já havia
fechado em alta, de 2,34%, a 5,0166 reais na venda, impulsionada por temores
generalizados de que o Federal Reserve será forçado a intensificar seu ciclo de
aperto monetário, mesmo após o chair do banco central dos EUA, Jerome Powell,
ter afirmado na quarta-feira que a instituição não está considerando aumentar
os juros em 0,75 ponto percentual numa próxima reunião.
Nesta
semana, o Fed elevou sua taxa básica em 0,5 ponto, a dose mais forte de aperto
em mais de duas décadas. O endurecimento de sua postura no combate à inflação
vem num momento delicado para a economia global, que está enfrentando, ao mesmo
tempo, os efeitos da guerra na Ucrânia e lockdowns da Covid-19 na China, o que
tem gerado temores de estagflação: desaceleração do crescimento sem trégua na
disparada dos preços.
Isso
impulsionou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes para seu maior
patamar desde 2002 na véspera, movimento que contaminou os mercados de câmbio
de todo o mundo.
Com
o desempenho desta manhã, o dólar ficava a caminho de saltar mais de 3% em
relação ao fechamento da última sexta-feira, de R$ 4,9435, o que marcaria uma
terceira valorização semanal seguida.
No
acumulado do ano, o dólar ainda cai 8,5% em relação à moeda brasileira, o que
representa uma forte redução das perdas frente às mínimas de encerramento de
2022, registradas em abril, na casa de R$ 4,60.
“De
um lado, os preços médios de commodities mais altos, o crescimento forte no
primeiro semestre do ano, a melhora dos números fiscais e a taxa Selic elevada
ao longo do ano são fatores importantes que podem continuar atuando na direção
de atrair fluxos de capitais para o Brasil no curto prazo”, disse o Itaú em
relatório assinado por Mario Mesquita, seu economista-chefe.
“Por
outro lado, atuam na direção de uma moeda (real) mais depreciada as incertezas
sobre o crescimento global, o aumento da taxa básica de juros americana e as
dúvidas relacionadas à evolução das contas públicas e sustentabilidade fiscal
brasileira nos próximos anos”, acrescentou o banco, que prevê taxa de câmbio de
R$ 5,25 por dólar ao fim de 2022.
Fonte: Reuters
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com / Siga o blog do
professorTM/EJ no Facebook, e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa
comunidade.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação
Postar um comentário