REMINSCÊNCIA: Histórico de ataques mútuos entre Alckmin e Lula em 2006 e 2018. Veja videos!

Material jornalístico produzido pelo Poder 360 e publicado dia 07 de maio  de 2022.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) deixaram para trás um histórico de atritos políticos para serem parceiros de chapa. 

Em campanhas passadas, ambos trocaram acusações em debates. Alckmin apostou na rejeição ao PT e a Lula em 2018 em seus programas eleitorais. Políticos petistas criticavam o agora ex-tucano quando ele era governador de São Paulo.


Neste sábado (7.mai.2022), os partidos aliados de Lula farão um ato político para promover o “movimento” em torno dele –na prática, lançarão a chapa, mas sem pedir voto para não configurar campanha antecipada.

2006: debate tenso

Em 2006, Lula tentava a reeleição e Alckmin, então no PSDB, foi seu adversário. Ambos chegaram ao 2º turno –o petista ganhou.

O debate da TV Bandeirantes antes do 2º turno teve uma série de troca de acusações entre ambos.

Alckmin focava no chamado “escândalo do dossiê” –quando petistas foram pegos com dinheiro de origem desconhecida para comprar um suposto dossiê contra José Serra, à época correligionário de Alckmin e candidato a governador de São Paulo.

“Candidato Lula, de onde veio o dinheiro sujo, um milhão setecentos e cinquenta mil em dinheiro vivo, reais e dólar, para comprar o dossiê fajuto? (vídeo 1, 8min38s)”, questionou o então tucano.

As falas listadas podem ser vistas e ouvidas nos vídeos a seguir. Entre parênteses, junto à declaração, o Poder360 marcou em qual minuto de qual vídeo está a fala.

“Olhe nos olhos do povo brasileiro, candidato Lula, e responda de onde veio o dinheiro (vídeo 1, 11min39s)”, disse Alckmin, ainda em referência ao caso do dossiê.

Lula afirmava que o caso deveria ser investigado. “Possivelmente o governador [Alckmin] ainda tem a saudade do tempo da tortura, em que meia hora de prisão já se sabia quem era o mandante do crime, ou quem era comunista, quem era assaltante de banco (vídeo 1, 11min53s)”, declarou o petista.

“Não precisa fazer tortura para saber de onde veio o dinheiro, dinheiro da corrupção. É só perguntar pro PT (vídeo 2, 1min53s)”, respondeu Alckmin.

“Se há alguém que não tem moral para falar de ética, é o governo Lula (vídeo 1, 15min38s)”, disse o ex-tucano. “Quanta mentira. Quanta mentira. Como o Lula mudou (vídeo 1, 17min05)”, continua Alckmin sobre declarações do ex-presidente.

Lula disse no debate que Alckmin abafou “fatos graves” quando estava à frente do Estado de São Paulo.

“O senhor vive dizendo que o presidente tem obrigação de saber tudo o que se passa ao seu redor. Mas quando era governador o senhor ficou sabendo de fatos graves e impediu que a sociedade soubesse sobre eles como também evitou que fosse apurado (vídeo 2, 1min53s)”, afirmou o então candidato a reeleição.

O petista também falou sobre a participação de Alckmin no próprio debate: “Eu não tive tempo de ficar decorando pergunta. Parece que o senhor fez algum curso de psicodrama esses dias para ficar decorando (vídeo 2, 4min43s)”.

“O governador Alckmin faz sempre questão de não ouvir as coisas como elas são ou não ler como elas são (vídeo 2, 18min44s)“, disse Lula.

O ex-governador de São Paulo manteve os ataques ao então presidente da República e a seu partido. “A mentira política, que não tem fim, está entranhada no PT e no Lula (vídeo 2, 16min37s)”, declarou.

“O aparelhamento do Estado pelo partido, pelo PT, pelos companheiros, leva à ineficiência e leva à corrupção (vídeo 2, 23min15s)“, disse Alckmin, em referência à forma como Lula trata seus aliados –chamando de “companheiros”.

Lula chamou de “bravatas” as acusações do então tucano: “O governador, nas suas bravatas, fala de uma moralidade que parece que está numa sacristia (vídeo 2, 23min15s)“.

2018: Lula preso e na TV

Lula estava preso na última eleição. Quem disputou a Presidência da República pelo PT foi Fernando Haddad. Isso não impediu que o ex-presidente fosse tema recorrente das propagandas de Alckmin na TV.


“Está também em suas mãos evitar que a corrupção e a roubalheira voltem a controlar o país. Evitar a volta do petrolão, evitar o fim da Lava Jato. É você que pode evitar que um preso condenado por corrupção [Lula] seja solto”, disse Alckmin em sua propaganda.

Outra peça publicitária de Alckmin mostrava uma foto do ex-presidente com uma ilustração de grade de cadeia sobre a imagem. O locutor dizia: “Foi por coisas assim que Lula foi para a cadeia, mas não é só por isso que os brasileiros têm medo do PT. Ninguém quer mais a turma do maior escândalo de corrupção do mundo”.

Os vínculos entre o PT e o regime chavista (Hugo Chávez já havia morrido na época) na Venezuela também foram abordados na campanha de Alckmin.

“Mais triste ainda é saber que aqui no Brasil o homem que deu início à destruição daquele país, Hugo Chávez, tem 2 fãs bastante conhecidos”, dizia a narração. Em seguida, era exibido vídeo de Lula dizendo que foi “grande amigo de Chávez” –a peça também associava Bolsonaro ao venezuelano.

“O Lula é o retrato do PT, partido envolvido em corrupção, sem compromisso com as questões de natureza ética, sem limites”, afirmou.

Em 2018, o ex-governador também fez um vídeo no qual afirmava ser contra o PT e contra Jair Bolsonaro (PL, então no PSL), que depois ganharia a eleição.

PT contra Alckmin em SP

Atritos não necessariamente entre Lula e Alckmin, mas entre o PT e o ex-tucano, se avolumaram quando ele era governador de São Paulo.

Em 2010, o então candidato petista ao governo do Estado, Aloizio Mercadante, colocou na TV uma música ironizando o adversário.

“O Geraldo prometeu, não cumpriu. Rodoanel sem pedágio ninguém viu. Fala mal pelas costas, mas no debate fugiu. Fugiu heim”, dizia a letra.

Em 2014, o candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes foi o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha.

Em um dos vídeos de campanha, Padilha aparece dizendo que “um homem de verdade não usa mentiras para atacar um adversário como o senhor usou contra mim”.


Padilha também deu a seguinte declaração em propaganda na TV: “Eu quero ser o governador para trabalhar de verdade os 4 anos do meu mandato. E não como o Alckmin, um governador de promoção em véspera de eleição”.

Naquela eleição, a campanha petista disse que Alckmin copiava as ideias do partido. Um locutor falava o seguinte enquanto eram mostradas imagens de uma máquina de xérox:

“O PT criou o Mais Médicos, que já levou médico a 50 milhões de brasileiros, 8 milhões de paulistas. A cópia mal feita do Alckmin é o Mais Médicos PHD, que ninguém sabe se existe. O PT fez o Bilhete Único que é muito fácil de usar. A cópia mal feita do Alckmin é o cartão BOM, que não funciona direito. O PT criou o Minha Casa, Minha Vida, que entrega uma média de 60 mil moradias por ano só em São Paulo. A cópia mal feita do Alckmin é o Casa Paulista, que entregou menos de 1.000 casas em 2 anos.”


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