Foto reprodução
O diesel tipo S-10 na refinaria de Mataripe, antiga
Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, está custando R$ 1,10 a mais que o das
refinarias da Petrobras, uma diferença de 24,3%, segundo levantamento do
Observatório Social da Petrobras, organização ligada à Federação Nacional dos
Petroleiros (FNP) que monitora as políticas e ações da empresa. As informações são de Fábio Zanini/Folha de São Paulo.
O
diesel custa hoje R$ 5,61 na primeira e R$ 4,51, em média, nas segundas.
A
refinaria de Mataripe foi vendida pela Petrobras ao fundo de investimento árabe
Mubadala, está desde dezembro sob gestão privada e hoje comercializa os
combustíveis com preços mais elevados do Brasil em relação às refinarias da
estatal, aponta o levantamento.
No
caso da gasolina, ela atualmente está R$ 0,28 mais cara em Mataripe, o
equivalente a 7%.
Na
refinaria da Petrobras que cobra os preços mais altos, a Gabriel Passos, em
Betim (MG), o diesel custa R$ 0,98 a menos (17%) e a gasolina R$ 0,20 a menos
(5%), em relação a Mataripe.
O
levantamento aponta ainda que, desde o início do ano até agora, os preços do
diesel e da gasolina de Mataripe mantiveram-se, em média, R$ 0,26 (6,6%) e R$
0,18 (5%), respectivamente, acima dos praticados pela estatal.
"Um
detalhe importante é que antes da privatização a Rlam vendia diesel R$ 0,51
mais barato do que as outras refinarias da Petrobras. E, com relação à
gasolina, era R$ 0,02 abaixo do restante das refinarias estatais", diz o
economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social da Petrobras e do Instituto
Brasileiro de Estudos e Políticas Sociais (Ibeps).
O
levantamento do OSP diz que a Acelen, controladora de Mataripe, já aumentou 10
vezes o valor do diesel e oito vezes o da gasolina em 2022 o último reajuste
foi sábado (30).
Localizada
em São Francisco do Conde (BA), a refinaria de Mataripe foi comprada pelo
Mubadala por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,7 bilhões, pela cotação atual), a maior
operação já concluída dentro do programa de redução da participação estatal no
parque de refino.
Em
nota enviada à Folha em fevereiro, a Acelen disse que sua política de preços
"é independente e distinta da política comercial praticada pela gestão
anterior".
"A Acelen segue parâmetros internacionais de preços e por esse motivo está sujeita às variações do mercado mundial de petróleo e da oscilação cambial", afirma.
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