Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
O presidente Jair Bolsonaro demitiu o terceiro presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, com pouco mais de 40 dias no cargo. A fritura de Coelho foi antecipada pelo Estadão no dia 13 de maio, assim como a preferência por Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia para substituí-lo, o que foi formalizado nesta segunda-feira, 23. A troca de comando do Ministério de Minas e Energia, com a escolha de Adolfo Sachsida para substituir Bento Albuquerque, levou a mudanças na diretoria estatal. Bento foi demitido após a Petrobras ter aumentado o preço do diesel dias depois de o presidente pedir ao ex-ministro e a Coelho que não aumentassem o preço durante uma transmissão nas redes sociais.
Ao
escolher Sachsida, ex-secretário do ministro da Economia, Paulo Guedes,
Bolsonaro cobrou mudanças na postura da empresa. O presidente não se conforma
que a petroleira tenha um lucro bilionário e não possa dar uma
"trégua" nos reajustes durante a guerra da Rússia com a Ucrânia,
período de alta volatilidade dos preços internacionais. Bolsonaro quer que as
movimentações sejam feitas em espaço de tempo maior. Coelho é o terceiro
presidente da Petrobras a ser demitido no governo Bolsonaro e foi escolha de
Bento depois que dois nomes foram descartados - Adriano Pires e Rodolfo Landim
- por conflitos de interesse com a indústria de óleo e gás. Foi Bento que fez a
negociação e bancou o nome de Coelho depois de barrar a indicação de Caio Paes
de Andrade.
Com
o preço alto dos combustíveis e de energia elétrica ameaçando sua reeleição,
Bolsonaro vem demonstrando insatisfação em relação à gestão de Coelho à frente
da Petrobras. Neste mês, disse que que a petroleira está "gordíssima,
obesa", em referência ao lucro da estatal de R$ 44,56 bilhões no primeiro
trimestre do ano. "Petrobras, você é Brasil! Ou quem está aí dentro não
pensa no seu país? O povo está sofrendo bastante com o preço do
combustível", disse Bolsonaro a jornalistas após discursar em uma feira
agropecuária em Maringá (PR).
A
União é o maior acionista da empresa, ou seja, recebe a maior parte dos
dividendos da estatal, que vão direto para o caixa do governo. A governança da
estatal tem sido uma barreira a impedir uma mudança na política de reajustes de
paridade internacional.
Com informações da Uol
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