O
governo dos EUA continua
de olho no comportamento da China no
que tange à guerra desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia. De acordo com a
vice-secretária de Estado Wendy Sherman, as duras
sanções impostas a Moscou pelo Ocidente servem como referência para as
consequências que Beijing sofreria caso desse suporte efetivo a seu aliado no
conflito. As informações são da agência Reuters.
“Isso
dá ao presidente Xi, eu acho, uma boa compreensão do que pode acontecer se ele,
de fato, apoiar Putin de alguma forma material”, disse Sherman na quarta-feira
(6), em uma audiência do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Segundo
Sherman, as sanções mostram a força da aliança ocidental, algo que pegou
o presidente
russo Vladimir Putin de surpresa. E Beijing deveria “tirar as lições
certas” desse exemplo.
“Esperamos
que a RPC entenda que qualquer ação desse tipo teria uma resposta
da comunidade internacional, não apenas dos Estados Unidos”, disse ela,
referindo-se à República Popular da China.
No
início de fevereiro, antes do início da guerra, China e Rússia anunciaram uma
aliança que classificaram como “sem
limites“. Após a explosão do conflito, Beijing tenta se posicionar como
neutra, vez que mantém boas relações tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia.
Entretanto, as ações práticas do governo chinês têm sido sempre em sintonia com
Moscou.
No
âmbito doméstico, o controle
estatal da informação é parte do esforço de Beijing para difundir a
ideia de que é um mediador no conflito, preservando ao mesmo tempo o discurso
de que a Rússia tem o direito de defender seus interesses. Assim,
manifestações públicas de crítica à guerra ou favoráveis à Ucrânia são
censuradas pelo Partido
Comunista Chinês (PCC).
A
China chegou a solicitar à Rússia que adiasse
o ataque ao menos até o final dos Jogos de Inverno Beijing 2022,
realizados entre 4 e 20 de fevereiro, para não ofuscar o evento. Já Moscou
teria pedido ao aliado equipamento
militar para a invasão, segundo uma autoridade norte-americana. O
Ministério das Relações Exteriores chinês chamou essas acusações de
“desinformação” e “intenções maliciosas”.
Na
visão de Sherman, porém, a China já manifesta sinais de estar “em conflito”
interno quanto a seu posicionamento pró-Rússia, sobretudo depois das denúncias
de um massacre
na cidade ucraniana de Bucha, cujas imagens foram reveladas no último
sábado (2).
“Isso
não quer dizer que eles não vejam a Rússia como um parceiro. Eu não sou
ingênua, eles veem. Mas eles também disseram publicamente que não é uma
aliança”, disse a vice-secretária de Estado.
Por
que isso importa?
Desde
o início da guerra na Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, a China deixa clara sua
oposição às sanções impostas à Rússia. Beijing voltou a manifestar esse
posicionamento em uma cúpula
virtual que reuniu líderes da UE e do país asiático no dia 1º de
abril.
Após
a cúpula, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen disse esperar
que, no mínimo, a China não interfira nas sanções ocidentais, mesmo que não as
aprove. Entretanto, ela admitiu que Beijing não deu nenhuma garantia de que não
fornecerá suporte
financeiro ou militar à China.
No
dia anterior ao encontro virtual, o porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores da China, Zhao Lijian, havia afirmado que o país asiático “desaprova
a solução de problemas por meio de sanções e se opõe ainda mais a
sanções unilaterais e jurisdições de longo alcance que não têm base no direito
internacional”.
Segundo
Zhao, Beijing não admite ser forçada a “escolher
um lado ou adotar uma abordagem simplista de amigo ou inimigo.
Devemos, em particular, resistir ao pensamento da Guerra Fria e ao confronto do
bloco”.
Fonte: A Referência
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com / Siga o blog do
professorTM/EJ no Facebook, e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa
comunidade.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação
Postar um comentário