O
pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes,
elevou o tom das críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O pedetista acusou o
adversário de "destruir" as organizações partidárias e atribuiu ao
petista a recuperação do presidente Jair
Bolsonaro (PL) nas recentes pesquisas eleitorais. "O salto alto
do Lula está trazendo de volta esse vexame do antipetismo e Bolsonaro está
tendo de volta alguns regressos arrependidos”, afirmou ele durante sabatina
promovida pelo jornal Folha de S. Paulo/Uol.
Ciro
voltou a dizer que persistirá no diálogo com o União Brasil e o PSD. Segundo
ele, o obstáculo, que era ter o ex-juiz Sérgio
Moro (União Brasil) na corrida eleitoral, está superado, o que abre
caminho para as conversas com outros partidos. "Tenho me movimentado
respeitando as organizações. Diferentemente do Lula, que está destruindo
organizações partidárias que podem fazer sombra a um pensamento mais crítico e
progressista, como está fazendo com PSOL e PCdoB e PSB,
que é uma tragédia", disse.
"Prato
perfeito"
O
pedetista defendeu a formação de aliança de centro-esquerda com foco em superar
a crise econômica vigente no Brasil, sem admitir a possibilidade de abandonar a
cabeça de chapa. “Um diálogo é um diálogo. [...] Nem exijo que ninguém retire a
candidatura e nem eu posso chegar dizendo que admito retirar a candidatura
porque a condição é se vamos achar um traço em comum”, afirmou.
O
pré-candidato do PDT disse ainda que Lula é o “prato perfeito” para Bolsonaro.
“Comigo, ele (Bolsonaro) não aguenta o debate. Ele aguenta com Lula. O Lula é o
prato perfeito. Como Lula vai discutir corrupção contra Bolsonaro?”
Revogação
do teto
Ciro
voltou a dizer que, se for eleito, aprovará no primeiro semestre uma reforma
que contemple, por exemplo, a revogação do teto de gastos e da autonomia do
Banco Central, além de um “redesenho” do pacto federativo. “Eu vou entregar
minha reeleição em troca da reforma que o País precisa”, afirmou.
Ao
ser questionado sobre eventuais dificuldades para o Congresso aprovar as
medidas que defende, Ciro disse que "o tempo da reforma são os seis primeiros
meses" de governo. "Existe quase um poder imperial do presidente nos
seis primeiros meses. Se ele sabe o que quer e propôs antes ao povo e se elegeu
com essas propostas, propor nos seis primeiros meses incrementa a possibilidade
de êxito”, afirmou.
Ciro reforçou, ainda, a necessidade de implementar tributação sobre lucros e dividendos empresariais. “Só o Brasil e a Estônia não cobram. É uma vergonha.”
Fonte: Estadão
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