Foto reprodução: Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
O
ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, repudiou neste
domingo (24) comentários feitos pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso de
que "as Forças Armadas são orientadas a atacar e desacreditar o processo
eleitoral". Em nota, Oliveira disse que a afirmação de Barroso é
irresponsável e, também, uma ofensa grave às instituições nacionais permanentes
do Estado brasileiro. As informações são do portal R7.
O
comentário de Barroso foi feito durante a participação dele, por link de vídeo,
em um seminário sobre o Brasil, promovido pela Hertie School, de Berlim,
na Alemanha. Ainda de acordo com a nota divulgada pelo Ministério da Defesa, as
Forças Armadas repudiam qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que elas
teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios
da democracia.
TSE
divulga respostas enviadas às Forças Armadas
Em
fevereiro deste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) enviou
um documento de 69 páginas às Forças Armadas no qual respondeu a
dúvidas em relação ao processo eletrônico de votação. As informações foram
enviadas ao Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro, após serem
solicitadas pelo general Heber Garcia Portella.
As
Forças Armadas haviam feito questionamentos sobre as urnas eletrônicas ou
demais etapas do processo de votação. As perguntas se resumiam a dúvidas e
pedido de informações sobre a política de segurança da informação do TSE.
O R7 ainda
não conseguiu contato com o ministro Barroso para repercutir a nota.
Veja
abaixo a íntegra da nota:
Acerca
da fala do Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, durante participação, por videoconferência, em um seminário sobre o Brasil, promovido
por entidade acadêmica estrangeira, em que afirma que as Forças Armadas são orientadas a
atacar e desacreditar o processo eleitoral, o Ministério da Defesa repudia qualquer
ilação ou insinuação, sem provas, de que elas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações
contrárias aos
princípios da democracia.
Afirmar
que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais
sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso
aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais
Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as
instituições.
As
Forças Armadas, republicanamente, atenderam ao convite do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e apresentaram propostas colaborativas, plausíveis e exequíveis, no
âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e calcadas em acurado estudo técnico
realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do
sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão. As eleições são questão de
soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos.
As
Forças Armadas, como instituições do Estado Brasileiro, desde o seu nascedouro,
têm uma história de séculos de dedicação a bem servir à Pátria e ao Povo brasileiro,
quer na defesa do País, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar
dos brasileiros. Elas se fizeram, desde sempre, instituições respeitadas pela população.
Por
fim, cabe destacar que as Forças Armadas contam com a ampla confiança da
sociedade, rotineiramente demonstrada em sucessivas pesquisas e no contato direto e
regular com a população. Assim, o prestígio das Forças Armadas não é algo momentâneo ou
recente, ele advém da indissolúvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construída
junto com a própria formação do Brasil.
Paulo
Sérgio Nogueira de Oliveira
Ministro de Estado da Defesa"
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