CIVIS MORTOS: Ucrânia divulga nomes de soldados russos suspeitos de crimes de guerra em Bucha

Ciclista caminha antes de ser supostamente morto por um tanque russo (Foto: reprodução de vídeo)

O governo da Ucrânia divulgou na quinta-feira (28) uma lista contendo os nomes de dez soldados russos acusados de crimes de guerra na cidade de Bucha, onde dezenas de corpos foram encontrados após a saída das tropas da Rússia. As informações são do site ucraniano UkrInform

A relação contem os seguintes nomes:

Sargento Júnior Vyacheslav Lavrentyev;

Soldado Grigory Naryshkin;

Soldado Vasily Knyazev;

Cabo Semyon Maltsev;

Soldado Sergei Peskarev;

Soldado Albert Radnaev;

Cabo Mikhail Kashin;

Cabo Andriy Bizyaev;

Cabo Dmytro Serhiienko; e

Sargento Nikita Akimov.

Em um prazo relativamente curto, o inquérito estabeleceu que, durante a ocupação de Bucha, esses soldados costumavam fazer reféns civis desarmados, fazê-los passar fome e sede, mantê-los de joelhos com as mãos amarradas com cabos e os olhos tapados, torturá-los e espancá-los. Eles usaram punhos e coronhas de rifle. Pessoas foram agredidas para obter delas informações sobre a localização das unidades das Forças Armadas e das Forças de Defesa Territoriais, enquanto algumas delas foram torturadas sem motivo algum. Militares russos ameaçaram matar suas vítimas e até mesmo encenaram execuções falsas atirando na direção dos prisioneiros”, disse a procuradora geral da Ucrânia, Iryna Venediktova.

Segundo Venediktova, as investigações comandadas por promotores de Justiça e policiais ucraniano permitiram determinar o papel que cada um desses dez militares russos desempenhou nos referidos crimes, além de obter os dados pessoais de todos eles. Jornalistas locais contribuíram para a obtenção das informações, de acordo com a procuradora geral.

A procuradora aproveitou a oportunidade para convocar eventuais testemunhas das atrocidades em Bucha para que compartilhem informações, sobretudo aquelas envolvendo os militares russos cujos nomes estão na lista. Ela indicou um portal aberto pelo governo especificamente para coletar as informações sobre crimes de guerra.

O massacre de Bucha

A pressão dos governos ocidentais contra a Rússia aumentou consideravelmente depois que os corpos de dezenas de pessoas foram encontrados nas ruas de Bucha, quando as tropas locais reconquistaram a cidade três dias após a retirada do exército russo. As imagens dos mortos foram divulgadas pela primeira vez no dia 2 de abril, por agências de notícias, e chocaram o mundo.

As fotos mostram pessoas mortas com as mãos amarradas atrás do corpo, um indício de execução. Outros corpos aparecem parcialmente enterrados, com algumas partes à mostra. Há também muitos corpos em valas comuns. Nenhum dos mortos usava uniforme militar, sugerindo que as vítimas são civis.

“O massacre de Bucha prova que o ódio russo aos ucranianos está além de qualquer coisa que a Europa tenha visto desde a Segunda Guerra Mundial”, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em sua conta no Twitter.

Moscou, por sua vez, nega as acusações. Através do aplicativo russo de mensagens Telegram, o Ministério da Defesa russo disse que, “durante o tempo em que a cidade esteve sob o controle das forças armadas russas, nenhum morador local sofreu qualquer ação violenta”. O texto classifica as denúncias como “outra farsa, uma produção encenada e provocação do regime de Kiev para a mídia ocidental, como foi o caso em Mariupol com a maternidade“.

Entretanto, imagens de satélite da empresa especializada Maxar Technologies derrubam o argumento da Rússia. O jornal The New York Times realizou uma investigação com base nessas imagens e constatou que objetos de tamanho compatível com um corpo humano aparecem na rua Yablonska entre 9 e 11 de março. Eles estão exatamente nas mesmas posições em que foram descobertos os corpos quando da chegada das tropas ucranianas, conforme vídeo feito por um residente da cidade em 1º de abril.

Mais recentemente, Kiev alegou que apenas em Mariupol, que tem sido o principal alvo das tropas russas, foram encontrados ao menos 20 mil corpos de civis mortos. E acusa os soldados russos de depositarem cerca de nove mil cadáveres em valas comuns em Manhush, uma vila próxima à cidade portuária. Ao levar os corpos para outra localidade, o objetivo das tropas de Moscou seria esconder as evidências de crimes.

Vadym Boychenko, prefeito de Mariupol, comparou a descoberta ao massacre de Babi Yar, um fuzilamento em massa comandado nas proximidades de Kiev pelos nazistas em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. Os corpos de cerca de 33 mil pessoas, essencialmente judeus, foram encontrados em valas comuns na ocasião.

“O maior crime de guerra do século 21 foi cometido em Mariupol. Este é o novo Babi Yar. Então, Hitler matou judeus, ciganos e eslavos. Agora, Putin está destruindo os ucranianos”, disse Boychenko. “Precisamos fazer tudo o que pudermos para impedir o genocídio”.

Os mortos de Putin

Desde que assumiu o poder na Rússia, em 1999, o presidente Vladimir Putin esteve envolvido, direta ou indiretamente, ou é forte suspeito de ter relação com inúmeros eventos, que levaram a dezenas de milhares de mortes. A lista de vítimas do líder russo tem soldados, civis, dissidentes e até crianças. E vai aumentar bastante com a guerra que ele provocou na Ucrânia.

Na conta dos mortos de Putin entram a guerra devastadora na região do Cáucaso, ações fatais de suas forças especiais que resultaram em baixas civis até dentro do território russo, a queda suspeita de um avião comercial e, em 2022, a invasão à Ucrânia que colocou o mundo em alerta. 

Com informações do site de notícias internacionais A Referência

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