Produtores rurais foram de trator à praça de
Maio, no centro de Buenos Aires, neste sábado (23), para reclamar contra as
intenções do governo de aumentar os impostos para a exportação e contra a
política econômica em geral. As informações são de Sylvia Colombo/Folha Press.
Munidos
de bandeiras da Argentina e cartazes contra o governo, produtores e
trabalhadores gritaram palavras de ordem contra as medidas para o campo e para
tentar debelar a inflação, que não vêm apresentando resultados. Os alimentos
tiveram um aumento de 7,8% no mês passado, e a inflação anual está em 50%.
Centenas
de pessoas a pé, não diretamente vinculadas ao campo, se juntaram ao protesto,
que reuniu milhares de pessoas.
Os
produtores reclamam das taxas para a exportação já existentes, das ameaças do
governo de interromper exportações de alguns produtos --como o trigo e a
carne-- para "combater a inflação interna" e "garantir o
abastecimento do mercado interno" e da dualidade cambiária.
Na
verdade, a Argentina hoje possui sete cotações diferentes para o dólar, e quem
quer importar-exportar deve trabalhar com a cotação oficial, enquanto os preços
aumentam no paralelo. Além disso, contabilizam 170 diferentes impostos nas mais
variadas atividades produtivas ligadas à exportação.
Em
seus pronunciamentos mais recentes, o presidente Alberto Fernández tem dito que
que o país está "em guerra contra a inflação". Na prática, tem
aumentado políticas protecionistas que não vêm conseguindo conter os preços.
Um
dos cartazes dizia: "Um país com menos impostos, é só gastar menos e
dedicar-se a outra coisa".
A
gota d'água para o protesto ocorreu nos últimos dias quando o governo aumentou
em dois pontos percentuais o DEX (direitos de exportação) da farinha e do
azeite de soja, para equipará-los aos 33% da taxa que paga o grão.
O
ministro da Economia, Martín Guzmán, afirmou que, por ora, não há planos de
aumentos do DEX (também chamados de retenções) para o trigo e o milho. Mas os
rumores de que nem mesmo ele tem assento garantido no posto trazem ainda mais
desconfiança ao mercado.
O
atual secretario de Comércio Interior, Roberto Feletti, autor dos planos de
congelamento de preços vigentes hoje no país, pediu ao governo que houvesse
aumento dos direitos de exportação do trigo e do milho. A tensão interna entre
eles deve seguir nos próximos dias.
Segundo
a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, devido ao aumento dos custos de produção, a
área dedicada ao cultivo de trigo, neste ano, será entre 3% e 5% menor.
Uma
das grandes bandeiras que se viam na praça dizia: "Não viemos pedir que
nos ajudem, mas que saiam de cima de nós". Outra: "Não estamos
dispostos a continuar financiando a corda com a qual estão nos
enforcando".
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