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Da Redação
Farmacêuticos
têm alertado seus clientes que o preço dos remédios deve subir em breve. Isso
porque o órgão do governo responsável por definir o reajuste máximo dos
medicamentos deve anunciar nos próximos dias uma alta de 10,89%.
O
cálculo para atualizar os valores é feito uma vez por ano pela Cmed (Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos) e tem como base inflação acumulada em 12
meses até fevereiro no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo),
que fechou em 10,54%.
Além
da inflação, a Cmed também leva em conta outros três fatores, que analisam
questões como a produtividade, a competitividade e o aumento de custos específicos
para o setor farmacêutico.
Dois
desses fatores já foram divulgados e não vão interferir no cálculo. Em relação
ao último fator, o impacto é de 0,35%, de acordo com o Sindusfarma (Sindicato
da Indústria de Produtos Farmacêuticos), totalizando 10,89%.
O
anúncio oficial do aumento é esperado até quinta-feira (31). Fabricantes e
revendedores poderão subir os preços dentro da nova margem definida pela Cmed,
mas somente após publicação de portaria por parte do governo federal
regulamentando o reajuste.
Diferentemente
de anos anteriores, não devem ser anunciados três níveis de reajuste, que eram
definidos conforme o tipo de remédio. Ou seja, todos os medicamentos deverão
ter um aumento autorizado de 10,89%.
A
mudança deve prejudicar o consumidor, uma vez que os diferentes níveis eram uma
forma de segurar a alta de preços de certos tipos de remédios. Até então, a
prática era de autorizar um aumento maior para os que têm maior concorrência,
como é o caso dos genéricos. Em 2021, os aumentos autorizados foram de 10,08%,
8,44% e 6,79%, por exemplo.
Em
nota, o Sindusfarma afirma que o reajuste não será automático nem imediato,
pois há concorrência entre as empresas.
"É
importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas
dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde", recomenda
Nelson Mussolini, presidente executivo do sindicato.
"Dependendo
da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos,
aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer", diz ele.
As
indústrias farmacêuticas também afirmam que os medicamentos costumam ter
reajuste abaixo da inflação média –no IPCA acumulado de 12 meses até fevereiro,
os produtos farmacêuticos subiram 6,65%.
"Os
medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da
economia brasileira", diz Mussolini.
Em
2020, o governo adiou o reajuste no teto do preço de medicamentos por causa da
pandemia de coronavírus no país. Em 2021, o aumento foi aplicado normalmente,
como ocorre todo ano.
POLÍTICA
DE PREÇOS
Em
fevereiro, o governo de Jair Bolsonaro (PL) avaliou alterar a forma de
reajuste, permitindo que os preços dos remédios fossem modificados a qualquer
momento, mas houve resistência da equipe econômica, contrária a intervenções no
mercado.
Havia
duas propostas: uma da Cmed, que indicava possibilidade de aumento excepcional,
sempre que houvesse alta de insumos, e outra do Ministério da Saúde, que
sugeriu medida provisória para permitir estas revisões de preço fora de hora.
Com informações de Filipe Andertta/folhaPres.
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