Dirigentes da União Brasil começaram a discutir com o MDB a
formação de uma aliança para as eleições deste ano. As conversas incluem a
criação de uma federação envolvendo as duas siglas e uma possível chapa para a
corrida presidencial. As informações são do FolhaPress.
Em
processo de formação a partir da fusão entre PSL e DEM, a União Brasil tem uma
reunião marcada nesta quinta-feira (3), em São Paulo, para definir os caminhos
que o partido deve tomar na campanha.
A
legenda é alvo de cobiça por parte de Sergio Moro (Podemos), mas há resistência
de vários integrantes da cúpula do partido -incluindo o futuro
secretário-geral, ACM Neto (DEM), e o vice-presidente Antônio Rueda (PSL).
A
negociação em torno de uma aliança com o MDB indica um movimento da futura
legenda em busca de caminhos alternativos, para afastá-la da candidatura do
ex-juiz da Lava Jato.
Em
conversas preliminares entre dirigentes da União Brasil e do MDB nas últimas
semanas, foi apresentada a proposta de uma aliança nacional, com a construção
de candidaturas conjuntas em diversos estados.
Foi
posta na mesa a possibilidade de uma federação, formato inédito que determina a
união de legendas por quatro anos -incluindo a participação conjunta em todas
as disputas eleitorais desse período.
Uma
ala da União Brasil fez um aceno inicial que envolveria também o apoio do
partido à candidatura de Simone Tebet à Presidência em outubro.
Essa
aliança interessa ao grupo do MDB que busca um reforço para a senadora na
corrida ao Palácio do Planalto. A parlamentar é alvo de assédio de siglas que
gostariam que ela concorresse ao cargo de vice-presidente -é o caso do PSDB,
por exemplo, que tem o governador João Doria como pré-candidato.
Nesse
cenário, a União Brasil poderia indicar o candidato a vice na chapa de Tebet. O
futuro presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL), trabalha para ocupar esse
posto.
O
presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), confirmou à reportagem que há negociações
em curso. "Eu tenho tudo conversas constantes com União Brasil para uma
parceria nacional que possa fortalecer os dois partidos."
Essas
articulações para a corrida presidencial ainda estão em fase preliminar.
De
todo modo, os dois lados já manifestaram interesse numa aliança que envolva o
apoio conjunto a uma candidatura ao Planalto. A federação poderia, portanto,
negociar com outro candidato à Presidência, caso o nome de Tebet não seja
considerado viável.
Antes
dessa definição, o avanço das negociações depende de um alinhamento dos planos
de cada partido nas eleições estaduais. Nos próximos dias, os dirigentes vão
traçar um mapa de candidaturas a governador e senador pelo país para avaliar as
possíveis composições nesses palanques.
O
modelo da federação determina que cada um desses grupos só pode lançar um
candidato a cada um desses cargos nos estados -o que significa que, em locais
onde há palanques duplos, um dos lados precisaria abandonar a corrida.
Segundo
líderes do MDB, os dois partidos têm poucos problemas em palanques regionais e,
os que existem podem ser resolvidos com facilidade.
Por
outro lado, as siglas já fecharam alianças em estados considerados importantes.
Em Goiás, por exemplo, o MDB deverá indicar o vice do governador Ronaldo Caiado
(DEM-GO), que concorrerá à reeleição.
No
Rio Grande do Sul, a União apoiará o nome que o MDB decidir lançar ao governo.
No Pará, por exemplo, a construção também é para que a União Brasil apoie a
candidatura à reeleição do governador, Helder Barbalho (MDB-PA).
Já
no Ceará a expectativa é que o deputado Capitão Wagner (Pros-CE) se filie à
União Brasil para disputar o governo e tenha como candidata a vice a mulher do
ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE), Monica Paes de Andrade.
Dirigentes
das duas legendas acreditam que a formação desse grupo vai aumentar seu poder
de negociação com o próximo presidente da República, seja quem for. A ideia é
formar um bloco de centro com uma bancada robusta de deputados, que atue em
conjunto na Câmara a partir de 2023.
O
MDB também discute a formação de uma federação com o PSDB. Na quarta-feira (2),
o presidente tucano, Bruno Araújo, anunciou o início dessas conversas -que
uniriam as candidaturas de Tebet e do governador paulista João Doria (PSDB). A
negociação foi divulgada primeiramente pela GloboNews.
Já
as negociações do MDB com a União Brasil correm paralelas a essa articulação.
Uma federação envolvendo as três siglas é considerada improvável, ao menos por
enquanto.
As
conversas do MDB com os tucanos foram vistas com ceticismo porque o partido é
fragmentado nacionalmente, e muitos quadros da sigla não teriam interesse num
alinhamento com a candidatura de Doria.
No
caso da União Brasil, haveria uma margem mais ampla de negociações, além de um
objetivo comum: fortalecer as duas legendas nos estados e nas eleições
legislativas.
Dirigentes
do MDB dizem estar mais simpáticos à possibilidade de federação ou aliança com
a União Brasil. Uma das razões seria a chance de impulsionar a candidatura de
Simone Tebet.
Pesquisas
internas encomendadas pelos emedebistas têm demonstrado potencial de
crescimento da senadora.
Nos
bastidores dessas discussões, Luciano Bivar também se movimenta para emplacar
sua própria candidatura à Presidência. A federação com o MDB, segundo seus
aliados, fortaleceria esse projeto.
A
ideia, no entanto, é vista com irritação por outros dirigentes da União Brasil.
Eles consideram que uma candidatura de Bivar seria fadada ao fracasso e
fragilizaria a imagem da nova legenda.
Dirigentes da União Brasil esperam obter o registro oficial do novo partido no Tribunal Superior Eleitoral na próxima terça-feira (9). O ministro Edson Fachin, relator do caso, liberou o processo para julgamento em plenário na semana passada.
FEDERAÇÕES
PARTIDÁRIAS EM NEGOCIAÇÃO
PT/PSB/PV/PC
do B
PSOL/Rede
MDB/PSDB
União
Brasil/MDB
Cidadania/Podemos
Cidadania/PSDB
Cidadania/PDT
SAIBA
MAIS SOBRE AS FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS
Quando
foram instituídas as federações?
As
federações partidárias foram instituídas na reforma eleitoral do ano passado,
por meio da lei 14.208 de 28 de setembro de 2021
A
mudança já é válida para as eleições de 2022?
Sim,
já que o mecanismo foi instituído com mais de um ano do dia do pleito.
Quanto
tempo os partidos deverão permanecer juntos?
Os
partidos que se unirem para uma eleição deverão ficar juntos durante toda a
legislação seguinte, ou seja, por quatro anos.
Qual
a abrangência da federação?
A
união entre os partidos deverá ser nacional, com a federação partidária. Não
será mais permitido partidos que eram coligados em um determinado estado e eram
adversários em outros.
Isso
significa que partidos que decidam por uma federação serão aliados
nacionalmente, mas também estarão juntos nas disputas estaduais e municipais, o
que obriga mudanças nas articulações para sanar arestas regionais.
As
federações formadas neste ano serão válidas também nas eleições municipais de
2024?
Sim,
cada federação que vier a ser formada durará pelo menos quatro anos, de modo
que os partidos federados estarão juntos nas eleições municipais de 2024.
O
que ocorre com um partido que desista da federação depois das eleições?
Além
de um programa comum, as federações deverão ter um estatuto comum, com suas
regras internas.
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
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