Combatentes do
Tehreek-e-Taliban em vídeo lançado pelo grupo em abril de 2021, Paquistão
(Foto: Reprodução/Twitter/PatilSushmit)
Da Redação
Khalid
Balti, que no passado ocupou o cargo de porta-voz da organização, morreu em
circunstâncias não esclarecidas
Um
membro veterano do Tehrik-e Taliban
Pakistan (TTP), popularmente conhecido como Taleban do Paquistão, foi morto no leste
do Afeganistão, de acordo com agentes das forças de segurança nacionais
paquistanesas. As informações são da agência catari Al Jazeera.
O
indivíduo foi identificado como Khalid Balti, também conhecido como Muhammad
Khorasani, que já havia atuado como porta-voz do grupo extremista. Ele teria
sido morto na província de Nagarhar, região de forte atuação do Estado
Islâmico-Khorasan (EI-K).
“Está
claro que a pessoa que foi morta é Khalid Balti”, disse um agente de segurança
paquistanês que pediu para ter a identidade mantida em sigilo. Ele não soube
informar as circunstâncias da morte do jihadista, mas confirmou que ela ocorreu
perto da fronteira com o Paquistão. De acordo com a imprensa paquistanesa,
Balti teria sido morto por homens armados não identificados.
O
apelido Muhammad Khorasani tem sido usado por todos os porta-vozes do TTP que
sucederam Balti. De acordo com o grupo extremista, o atual detentor do cargo
está vivo, e o combatente morto no Afeganistão não exercia atualmente uma
função de destaque na organização.
Balti
chegou a ser detido pelo antigo governo afegão e estava sob custódia, até que
foi libertado quando o Taleban assumiu o poder central com a queda de Cabul, em
15 de agosto.
O
TTP e o governo do Paquistão chegaram a firmar um acordo de cessar-fogo que foi
interrompido no dia 10 de dezembro de 2021, exatamente um mês após ter sido
iniciado. Os extremistas acusaram o governo de não cumprir as promessas feitas
antes do acordo, entre elas a libertação de prisioneiros e a formação de um
comitê de negociações.
À
época em que o cessar-fogo foi estabelecido, o ministro da Informação
paquistanês, Fawad Chaudhry, confirmou a influência
do Taleban do Afeganistão para que o acerto fosse possível, embora os
grupos homônimos não tenham qualquer tipo de associação oficial.
Por
que isso importa?
Embora
sigam os mesmos preceitos fundamentalistas e sejam ambos grupos sunitas,
o Taleban afegão e o
homônimo paquistanês são entidades separadas. Porém, o governo do Paquistão
aproveitou sua proximidade com os talibãs do Afeganistão para iniciar as
negociações com o TTP.
Depois
que o Taleban conquistou Cabul, consequentemente assumindo o governo do
Afeganistão, o premiê paquistanês declarou que o grupo estava “quebrando as
correntes da escravidão”, em vídeo reproduzido pelo jornal britânico The
Independent.
Segundo
o think tank norte-americano CFR (Conselho
de Relações Estrangeiras, da sigla em inglês), uma forte razão para a
proximidade entre Paquistão e Taleban é a questão
territorial. “As autoridades paquistanesas estão preocupadas com a
fronteira com o Afeganistão e acreditam que um governo do Taleban poderia
aliviar suas preocupações”, diz a entidade, que destaca a disputa histórica
entre os paquistaneses e a etnia pashtun do Afeganistão. “O governo do
Paquistão acredita que a ideologia do Taleban enfatiza o Islamismo em vez da
identidade pashtun”.
Nos
EUA, são comuns as acusações de que o governo paquistanês não apenas dialoga
com os talibãs afegãos, mas também os apoia e dá suporte. Segundo
especialistas, o ISI, serviço de inteligência paquistanês, apoiou grupos
militantes na região da Caxemira, disputada entre Paquistão e Índia. Entre
eles, grupos que hoje figuram na lista de organizações terroristas do
Departamento de Estado norte-americano.
O
CFR ilustra essa desconfiança com uma entrevista do então secretário de Defesa
dos Estados Unidos Robert Gates, concedida ao programa 60 Minutes, da rede CBS,
em maio de 2009. Na ocasião, ele disse que “até certo ponto, eles jogam dos
dois lados”, referindo-se ao ISI.
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
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