Roberto Fraile e David
Beriain, jornalistas espanhóis mortos enquanto gravavam um documentário em
Burkina Faso (Foto: reprodução/Twitter)
Da redação
Cinquenta
e cinco jornalistas e profissionais de mídia foram assassinados em
todo o mundo em 2021, de acordo com a Unesco (Organização das Nações Unidas
para Educação, Ciência e Cultura). Os dados foram divulgados nesta
quinta-feira (6), em Paris, sendo este o menor índice em uma década. Mas a
impunidade para estes crimes continua sendo uma realidade, com os jornalistas
enfrentando altos riscos durante o trabalho.
A
diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, declarou que “muitos jornalistas
pagaram o preço final por contarem
a verdade”. Segundo ela, mais do que nunca “o mundo precisa de informações
factuais e independentes”, por isso é preciso fazer “muito mais
para garantir que aqueles que trabalham de forma incansável para fornecer isso
possam fazê-lo sem medo”.
Os
dados coletados pelo Observatório da Unesco sobre Jornalistas Assassinados
apontam que dois terços das mortes aconteceram em países que não estão passando
por conflito armado, o que mostra os riscos para os profissionais que
apenas contam
a verdade, seja onde for.
A
agência da ONU destaca que essa tendência é completamente diferente da situação
de alguns anos atrás. Em 2013, por exemplo, dois terços dos assassinatos de
jornalistas aconteceram em países em conflito. Já no ano passado, a
maioria das mortes aconteceu na Ásia-Pacífico, onde 23 profissionais da mídia
foram assassinados, e na América Latina e Caribe, com
14 casos.
A
Unesco revela também que 87% de todos os crimes contra jornalistas ocorridos
desde 2006 continuam sem solução. Além dos assassinatos, muitos
profissionais do setor continuam sujeitos a altos índices de violência
física, de intimidação, de
assédio e com risco de serem presos, que podem acontecer inclusive durante a
cobertura de protestos de rua.
As mulheres
jornalistas são ainda vítimas de assédio virtual. Uma pesquisa
divulgada em abril do ano passado mostra que três quartos das profissionais
confirmaram terem sido atacadas online por motivos ligados ao
trabalho.
O
Plano de Ação da ONU sobre Segurança de Jornalistas e a Questão da Impunidade
completa dez anos em 2022. A agência reiterou que condena todos os assassinatos
dos profissionais e apela às autoridades para que realizem uma investigação
completa dos crimes.
Conteúdo
adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
Para ler mais
acesse, www: professortacianomedrado.com
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