Da redação
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, dia 8, que o
Comando do Exército não impôs a vacinação obrigatória aos militares para
retorno das atividades presenciais e dispensou uma nota com explicações
públicas. Para o presidente, o Exército fez apenas uma recomendação. Na véspera,
o Exército chegou a discutir os termos de um comunicado com esclarecimentos
sobre uma diretriz editada com regras para retorno ao regime presencial. Houve
pressão política do Palácio do Planalto e do Ministério da Defesa, mas a nota
não chegou a ser publicada.
“Foi
uma diretriz não do Exército, mas da Defesa, que dava dúvidas. Não houve
exigência nenhuma. Eu sou democrata. Já tive notícia de duas estatais que
queriam aplicar sanções aos funcionários que não se vacinaram. Se o Exército
quiser esclarecer, tudo bem, mas está resolvido, não tem que dar explicação
para ninguém. É uma questão de interpretação”, disse Bolsonaro, depois de
participar da festa de aniversário do advogado-geral da União, Bruno Bianco, no
Lago Sul, em Brasília.
A
declaração do presidente acalma os ânimos na relação entre o Planalto e a Força
Terrestre. O ministro da Defesa, Walter
Braga Netto, interlocutor do presidente junto aos comandantes, cobrou informações
durante um encontro com generais das três Forças Armadas. Após a reunião, o
Exército foi compelido a preparar uma nota.
Nos
bastidores da caserna, oficiais da cúpula verde-oliva trabalharam para
contornar o episódio. Eles passaram a noite dando explicações a autoridades do
governo Jair Bolsonaro, e defenderam que não havia necessidade de esclarecer
publicamente a diretriz do comandante-geral, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Assim, conseguiram
postergar a publicação, considerada agora descartada por fontes com acesso ao
caso.
Pesou
na decisão para convencer Bolsonaro o fato de o Exército ter demonstrado que a
nova diretriz do comandante, em vigor desde 3 de janeiro, apenas reproduzia
ideias de uma portaria anterior, ainda mais restritiva, do próprio ministro
Braga Netto. O ministro pediu que a volta ao regime presencial de servidores no
Ministério da Defesa ocorresse após 15 dias da vacinação. O Censipam, ligado ao
ministério, também fez a mesma exigência, que não existe no caso do
funcionalismo civil da administração pública federal.
O
tema vacina é considerado “sensível” na Defesa, por ter virado bandeira
política do presidente. Reservadamente, oficiais comentam que o ministro da
Defesa deu claros sinais de não querer melindrar Bolsonaro, no momento em que
tenta se viabilizar como potencial candidato a vice-presidente nas eleições de
2022.
Como
o Estadão noticiou, a diretriz do comandante Paulo Sérgio orientou que oficiais em cargos de chefia avaliassem a volta ao
regime presencial dos militares já vacinados, 15 dias após a imunização.
Porém, a diretriz não continha um veto total ao retorno dos não vacinados.
O
Exército seguiu a regra de Braga Netto, com uma diferença: abriu uma brecha
para que os militares não vacinados completamente pudessem apresentar sua
situação ao Departamento Geral do Pessoal, o DGP. O órgão tem um comitê
responsável pela gestão e prevenção de contaminação por covid-19 na caserna, e
poderia liberar o retorno com exceções ou cuidados especiais dos não vacinados,
o que, para oficiais ligados ao comandante, mostra que não havia uma
obrigatoriedade semelhante ao "passaporte da vacina".
Além
disso, o teor geral da nova diretriz do general Paulo Sérgio é de flexibilizar
a realização de atividades e treinamentos na caserna, em vez de restringir. Ela
recomenda, porém, a adoção de medidas de prevenção à contaminação e fala
expressamente no “uso de máscaras, no distanciamento social e higienização de
mãos”, medidas cuja eficácia Bolsonaro questiona, apesar das evidências
científicas e das recomendações sanitárias.
O
documento do comandante-geral reproduz uma ordem para que não haja difusão de
notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus na internet. Esse trecho
da normativa também não é uma novidade, pois estava em vigor desde março de
2020, emitido pelo então comandante-geral, general Edson Leal Pujol.
Com informações do Estadão
Para ler mais
acesse, www: professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário