A
Bósnia e Herzegovina enfrenta problema com a vacinação contra Covid-19. Além do
reduzido estoque de vacinas,
o país dos Bálcãs não possui uma contagem precisa de quantos cidadãos já foram
imunizados contra a doença.
Conforme
a RFE (Radio
Free Europe), as autoridades bósnias reconhecem que “não têm ideia” de quantas
pessoas já receberam as doses enviadas em pequenas remessas pela Covax,
iniciativa de distribuição global da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A
estimativa é de que o país já tenha inoculado pouco mais de 530 mil vacinas – o
suficiente para imunizar cerca de 265 mil de seus 3,8 milhões de cidadãos com
as duas doses. O ministério dos Assuntos Civis, porém, estima que 180 mil
pessoas receberam a primeira dose e outras 50 mil foram imunizadas com as duas
injeções.
Agora,
muitos bósnios estão viajando para a Sérvia em uma tentativa
de se imunizar. “As autoridades não fizeram absolutamente nada para permitir
que seus cidadãos fossem vacinados contra o coronavírus”, disse um jovem que
recebeu a primeira dose no país vizinho.
A
Sérvia é destaque
nos Balcãs: o país já conta com 1,5 milhão de doses da chinesa Sinopharm e
300 mil da russa Sputnik
V – aceitas pelo presidente Aleksandar
Vucic, na contramão de outros países europeus.
“Fomos
para a Sérvia porque vimos que estava indo muito devagar aqui e não tenho
certeza de quando seria a nossa vez de receber a vacina”, disse uma moradora da
Republika Srpska, a entidade
sérvia da Bósnia, já imunizada.
Ainda
em março, quando a Sérvia se tornou líder em vacinação per capita, passou a
oferecer a imunização a estrangeiros de todo o mundo. Não demorou muito para
que cerca de 30 mil bósnios cruzassem a fronteira.
Política
enfraquecida
Quem
não consegue arcar com cara logística de viajar para outro país fica refém de
índices de contágio galopantes. A Bósnia e Herzegovina tem a terceira maior
taxa de mortalidade
per capita por Covid-19 no mundo: são 2.960 mortes a cada milhão de
pessoas. O país só fica atrás do Peru e da Hungria.
O
país, dividido histórica e etnicamente na era pós-Iugoslávia, ainda enfrenta
obstáculos de governança. Com um governo central frágil, a maioria dos poderes
é delegada a duas entidades autônomas: a federação muçulmana e croata e a
predominante Republika
Srpska.
A
saúde fica na intersecção desses dois poderes e é minimizada em meio a
solavancos políticos e inúmeras restrições à população bósnia. Essa divisão
atrasa o poder legal de negociar diretamente com produtores de vacinas. Em
maio, uma iniciativa parlamentar tentou acelerar emendas para a compra pública
das doses. O processo está travado.
Desconfiança
Enquanto
isso, Rússia e
Israel tentam driblar a desconfiança do público – por motivos diferentes.
Moscou lida com a dificuldade em fazer os cidadãos russos participarem das
campanhas de vacinação. Uma reportagem da RFE demonstra
que a população questiona a eficácia da Sputnik
V, disponível desde dezembro, devido à falta de confiança no governo.
O
sentimento já teria impulsionado um novo surto na Rússia. A maioria das
estimativas sugere que apenas 12% da população recebeu pelo menos uma dose do
imunizante. Enquanto isso, os casos confirmados diariamente mais que dobraram
desde o início de junho.
Em Israel, por outro lado, a
desconfiança tem relação com o ressurgimento do vírus. Conforme a BBC, Tel Aviv
exigiu a recolocação de máscaras em ambientes fechados devido ao aumento de
infecções por Covid-19 dias depois de suspender a medida. Mais da metade da
população de 9,3 milhões de habitantes está parcial ou totalmente
imunizada.
Com informações do site de notícias internacionais A Referência
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário