Os hospitais da rede pública do Brasil já possuem mais de 36 mil pessoas
internadas pela Covid-19, seja em leitos de enfermaria ou em Unidades de
Terapia Intensiva (UTI). As informações são de um levantamento realizado pelo
jornal O GLOBO entre segunda-feira (11) e terça (12).
A amostra se baseia em informações das secretarias estaduais de Saúde de
25 estados e do Distrito Federal. O crescimento em janeiro de 2021 foi de 13
mil internações, se comparado com dezembro de 2020. Entre os dias 14 e 16
daquele mês, 23 mil pessoas estavam hospitalizadas no SUS com Covid-19
De acordo com a publicação, ao menos sete estados possuem taxas de
ocupação de leitos de UTI maiores do que 80%: Amazonas (93% em Manaus), Mato
Grosso do Sul (86%), Rondônia (84,9%), Pernambuco (84%), Espírito Santo
(80,4%), Paraná (82%) e Santa Catarina (80,3%).
Vale ressaltar que o Amazonas também forneceu, em janeiro, dados
relacionados a cidades do interior. Em dezembro de 2020, isso não havia
ocorrido.
"A situação está feia. No Amazonas, que precisava de total foco de
estudo e preocupação, principalmente pelo surgimento de novas variantes,
Pazuello defendeu o uso de cloroquina. Focam muito em tratar a pessoa depois de
ficar doente, como se fosse apenas essa a solução, adicionando leitos, e não em
evitar que ela fique infectada", constata Wesley Cota, pesquisador da
Universidade Federal de Viçosa, que trabalha com a modelagem de dados da
pandemia.
Um levantamento do Imperial College de Londres também mostra que a
taxa de transmissão do coronavírus, ou ritmo de contágio (Rt), subiu para 1,21
no Brasil só nesta semana. Em cinco de janeiro, o índice estava em 1,04.
Pesquisador do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME),
da Universidade de Washington, que prevê a chegada do número de 250 mil mortes
no Brasil já em abril, Ali Mokdad revela que a atualização dos dados após
as festas de natal e ano novo pode indicar uma tendência ainda pior no
país.
"Se as pessoas compareceram a reuniões fora de seu círculo familiar
mais próximo durante os feriados, é provável que as previsões mudem para
pior", afirma.
O número de mortes pelo coronavírus no país também aumentam. No último
domingo (10), a média móvel de óbitos atingiu seu maior número desde 11 de
agosto de 2020: 1.016. O indicador é 65% maior do que há duas semanas.
Na opinião de Leonardo Bastos, estatístico e pesquisador em saúde
pública da Fiocruz que produz estimativas de óbitos pela Covid-19 no país, a
situação atual do Brasil é semelhante à de agosto, ainda que haja uma
subnotificação por causa do atraso de registro pós-festas de fim de ano.
"Estamos numa tendência crescente, e nesse ritmo de crescimento
chegaremos em pouco tempo ao pico de óbitos, com 7.500 óbitos por semana, como
em maio de 2020"alerta.
Para Cota, além de acelerar a vacinação, é preciso uma campanha de
comunicação sobre as formas de contaminação pela doença e a importância da
ventilação nos ambientes.
Para ler outras matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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