Prof.Taciano Medrado
Para tratar as possíveis complicações que a Covid-19 traz aos
pulmões, a técnica chamada de pronação – o paciente fica em “posição de bruços”
para ajudar na respiração – foi implantada no Hospital Regional do Gama (HRG). A
pronação é mais comum nas unidades de terapia intensiva (UTIs) e utilizada em
pacientes que possuem doenças respiratórias graves, como pacientes com
desconforto respiratório grave causado pelo coronavírus.
No HRG, o coordenador de fisioterapia da emergência, Estevão Diniz, tem
utilizado de forma precoce a posição prona para tratar as possíveis
complicações que a Covid-19 traz aos pulmões. A técnica tem apresentado
resultados positivos nos pacientes que chegam à emergência e estão na enfermaria
do bloco respiratório.
A pronação é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para
pacientes graves da Covid-19.
Dados
De acordo com pesquisas, enquanto a maioria dos pacientes infectados não
desenvolve complicações ou apresenta apenas sintomas leves, aproximadamente 14%
evolui para um estágio mais grave que requer hospitalização, suporte de
oxigênio e, por vezes, ventilação mecânica (VM). Em relação à evolução dos
quadros, a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é responsável por acometer
entre 31% e 67% dos pacientes. A técnica prona pode evitar esse estágio.
Essa estratégia da fisioterapia consiste em posicionar o paciente em
decúbito ventral (barriga para baixo), o que deve resultar em distribuição mais
uniforme do estresse e da tensão pulmonar, melhora da relação
ventilação/perfusão, da mecânica pulmonar e da parede torácica. A ação, de
acordo com nota técnica da Associação Brasileira de Fisioterapia, tem
contribuído para redução da duração da VM e da taxa de mortalidade avaliada em
um seguimento de 28 a 90 dias.
Recuperação
Segundo Estevão, a equipe observou que os pacientes que recebem a
técnica apresentam melhora considerável. Em alguns casos, quem possivelmente
teria indicação de ventilação mecânica não precisou do suporte.
“Conseguimos perceber uma melhora significativa nesses pacientes que
chegam aqui com dificuldade respiratória e baixa oxigenação. Inclusive, no
momento da alta, estamos recomendando a técnica para ser continuada em casa”,
explica.
O profissional destaca que o processo melhora a relação difusão-perfusão
mesmo com o paciente acordado e lúcido. No protocolo adotado, o ideal é que a
pronação seja utilizada nas primeiras 48 horas em pacientes que apresentem
falta de ar. Ela é mantida por pelo menos 16 horas.
No entanto, a primeira observação da técnica já é feita após uma hora em
posição prona, em que é executada uma gasometria para avaliar se o paciente
responde ou não a essa estratégia.
Junto com esse manejo são utilizadas outras técnicas de fisioterapia
motora e respiratória. São movimentações precoces e exercícios respiratórios
que ajudam a melhorar a dinâmica respiratória do paciente.
Isso contribui para uma melhor interação e resposta do corpo no combate
à doença. Assim, o organismo consegue manter-se estável e atuante no processo
de ataque viral da patologia.
* Com informações da Secretaria de Saúde
Para ler outras
matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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