foto reprodução arquivo blog do professorTM
Da: Redação
Prof.
Taciano Medrado
Prezado(a)s
Leitore(a)s,
Representantes dos comerciantes de Juazeiro enviaram a redação do blog do professorTM, uma carta reivindicando a reabertura do comercio na cidade.
Segundo a categoria todos os setores
amplamente prejudicados com as ações da Prefeitura precisam adotar ações
efetivas de cobrança visando uma mudança de postura do Município frente aos
desdobramentos da pandemia.
Ainda de acordo com os comerciantes, pelo que se ver as atuais linhas de
diálogo estão medindo demais as palavras e as ações nos encontros para discutir
o assunto. Então, vamos abrir uma nova linha direta com autoridades que
verdadeiramente sejam capazes de tomar medidas efetivas que salve vidas, mas
que não esqueça de salvar também a fonte de renda dessas pessoas.
Conforme os comerciantes, o e-mail abaixo é uma das sequenciais ações já em curso visando uma mudança na postura do prefeito diante dessa situação, inclui membros do Ministério Público Estadual e Federal, Gabinete do Governador, Secretaria de Saúde do Estado, Ministério da Saúde, Procuradoria e ao próprio Planalto.
E por fim , Convocam todos os empresários e dirigentes das empresas que estão sofrendo duramente a condução
desse processo de isolamento social a reivindicar, a não se calarem diante do
desastre financeiro que se sucederá ao pós-pandemia.
========================================================
Carta ao prefeito Paulo Bomfim
Juazeiro-BA, 19 de julho de 2020
Prezado Prefeito de Juazeiro-BA, Senhor
Marcus Paulo Alcântara Bonfim,
Bom dia,
O comércio de Juazeiro-BA, organizado
sob uma nova articulação vem tomando medidas particulares de intervenção na
atual situação da Cidade diante da ineficiência da atual gestão frente às
medidas de atuação nesse momento tão crítico pelo qual vivenciamos.
Somos cidadãos responsáveis e
conscientes da realidade vivida não só nessa Cidade como no restante do país,
mas essa mesma consciência nos permite compreender que essa cidade, mais
especificamente seus gestores, não estão adotando as medidas básicas de
intervenção e de busca de controle da atual situação pandêmica. Passados mais
de 3 meses de um isolamento social desastroso e inconsequente levou a falência
o comércio local que muito diferente do que era amplamente difundido nunca
gozou de boa saúde financeira e nem tão pouco tinha a força que se dizia ter.
Todos os segmentos do comércio não têm
condições de passar nem mais um dia fechados, esperando por medidas que não são
tomadas e por ações que não se obtém resultados práticos. Compreendemos
completamente a situação, mas é preciso atribuir as devidas competências e
responsabilidades, é público e notório a todos aqueles que são capazes de
analisar dados, que independentemente do funcionamento do comércio, diga-se de
passagem, esteve fechado desde de 21/03 não foi nenhum fator impeditivo para o
aumento no número de casos e nem tão pouco para evitar a disseminação do vírus,
é público também que até 31/05 conforme registrado nos boletins divulgados pela
própria prefeitura apenas 661 testes haviam sido realizados num intervalo de 71
dias positivando apenas 72 casos, ou seja, um número completamente inferior ao
mínimo necessário para demonstrar qualquer cenário da presença e da
circulação do vírus, mas não é preciso ser nenhum cientista e nem
epistemologista para compreender que o número de infectados até essa data de
certo já ultrapassava uma quantidade tão expressiva que já estava longe do
controle de qualquer ação do governo local.
Em seguida o comércio é reaberto, e
para o espanto de todos no intervalo de apenas 30 dias compreendidos entre
01/06 a 30/06 a secretária de saúde fecha com o significativo número de 4.808
testes realizados positivando 699 casos e a espera de 71 resultados até essa
data, ou seja, para um indivíduo com o mínimo de suas faculdades cognitivas
pode-se ler claramente que o aumento do número de casos nunca se deu em virtude
do funcionamento do comércio ou não, mas que representou apenas uma sabotagem
realizada pelo município que contrariado com a reabertura do comércio
incentivou um aumento na testagem apenas para refletir um cenário pré-existente
que era maquiado pela ausência de exames, é certo que, se o esforço empregado
nas testagens do período de 30 dias tivesse sido utilizado nos 71 dias
compreendidos entre o fechamento em 21/03 e 31/05 a resposta da positivação em
relação ao número de contaminados seria outra completamente diferente da
apresentada a época.
Resta-nos compreender que o vírus já
estava com alta circulação e com grande contaminação independente do
funcionamento do comércio. E que afirmar que a abertura do comércio não foi a
responsável pelo salto nos números apresentados, e sim a baixa testagem
realizada pelo município em mais de 02 meses de um isolamento social e de
aplicação de medidas ostensivas para o setor comércio que em nada obtiveram
sucesso, e que conduziram apenas para o agravamento do caos econômico que a
cidade se encontra.
E para ratificar a já explanada situação o município continuou com os súbitos aumentos nas testagens compreendendo no pequeno
intervalo de apenas 18 dias (01/07 a 18/07) o expressivo número de 10.238
exames realizados com 1.785 positivações, ou seja, não é, e não foi culpa do
funcionamento do comércio, isso só comprova que as ações de contenção da
disseminação do vírus já falharam há muito tempo; comprova que isolar hoje
pessoas infectadas em nada tem contribuído, pois de certo quase a totalidade
das pessoas da cidade já estão contaminadas ou já tiveram contato com o vírus e
alcançaram a cura por métodos próprios ou desenvolveram imunidade ao vírus de
forma natural, e isso não apenas é evidenciado como é comprovado que a baixa
testagem realizada comparada a uma população de 220 mil habitantes é inexpressiva
e não reflete números reais, mas prova que não estamos em nenhuma situação
caótica quando se admite que mais da metade da população já teve contágio com
vírus e não precisou de assistência médica, muitos receberam tratamento
secretamente em seu próprio domicilio, como é o caso do senhor Prefeito, e
muitos outros que alcançaram a cura sem sequer tornar-se um número para as
estatísticas, e ainda há de considerar os boatos das estatísticas infladas para
fins ainda desconhecidos.
É preciso compreender que o vírus não
vai desaparecer nos próximos dias ou meses porque simplesmente continuaremos
privados de direitos básicos num eterno isolamento que não irá nos conduzir a
lugar nenhum em meio a uma população já contaminada, é como tentar inutilmente
conter o vazamento de algo que já se espalhou a muito tempo. O mais indicado e
lógico nesse momento é buscar as alternativas para se conviver com a nova
realidade de forma a estarmos prontos para atender as necessidades
intermediárias e de urgências hospitalares e promover medidas para dar
continuidade à vida buscando seguir com segurança, higienização, prevenção e um
trabalho de educação e conscientização da população.
A Prefeitura deve investir efetivamente
na saúde pública de forma a estar preparada para atender eventuais necessidades
da população e não ficar editando incontáveis decretos inúteis dos quais apenas
as obrigações ganham validade, contudo a fiscalização sempre esteve presa
ao papel, exceto quando se refere a área comercial que cuja atuação é incessante,
já para os demais setores da sociedade segue uma sequência de exceções,
permissões e de desconhecimento que permite abertura de áreas públicas,
parques, eventos particulares, ações políticas e confraternizações
"familiares" em chácaras, roças e fazendas que são ignoradas pelas
fiscalizações.
Uma vez constatado que evitar não é
mais uma opção diante do cenário real da cidade, é mais louvável que se busque
medidas de convívio com a nova realidade, com barreiras sanitárias nas BR's 235
e 407 e na BA 210; distribuição de máscaras e de equipamentos de proteção
individual; um trabalho efetivo de conscientização e educação da população;
treinamentos e aquisição de EPI's para a área de saúde; ações sanitárias e
efetivas nas ruas, áreas públicas e nos mercados e feiras; aferição de
temperatura e uso de máscaras; uso de produtos e limpeza e desinfecção
individual; disponibilização de protocolo de saúde padrão com base nos
resultados obtidos nos locais com maiores números de curas e embasados em
pesquisas científicas; promover a integração das pastas da gestão municipal com
ações conjuntas com o Governo do Estado; assistência social para buscar
diminuir os efeitos drásticos das ações passadas; criação urgente de novos
leitos de UTI com os equipamentos necessários seja com parceria com o Governo
do Estado ou com o Governo Federal, evitando-se assim aluguéis de leitos
insuficientes para a população em caso de necessidade, e impedindo o
comprometimento de unidades hospitalares para outros fins igualmente
importantes para a saúde pública; abertura de um novo hospital público
municipal de urgências permanente, sem a necessidade da construção provisória
de um hospital de campanha, mas sim, de uma unidade fixa ocupando algum dos
vários hospitais antigos fechados ou até mesmo com uma nova construção
especifica para esse fim, pois é certo que um hospital com atendimento
qualificado e especializado jamais será subutilizado ou desnecessário para uma
população de 220 mil hab.
Afinal, se para termos condições seguras para
voltarmos a abrir o comércio local a principal condição é a capacidade e
disponibilidade de leitos para atendimento à população, por que essa medida
simples não é adotada, porquê a rede de leitos intermediários e de urgências
não são ampliados? Se é do conhecimento de todos a solução, porquê é mais fácil
focar no problema, insistir repetidas vezes sobre a incapacidade de atendimento
em caso de necessidade dos leitos e nada ser feito para mudar a situação,
alugar 4 ou 5 leitos da rede privada não atende, apenas faz repasse de dinheiro
público para a iniciativa privada de forma inútil.
Com a colocação em prática dessas ações
que são do conhecimento público podemos abrir nossos comércios, permitir a
livre circulação das pessoas e o restabelecimento do ciclo da vida amparado na
segurança que ações básicas como essas estão em prática e com pleno
desenvolvimento. Diante desse cenário os representantes de cada unidade
comercial da cidade vêm exigir a colocação em prática das medidas citadas para
que possamos reabrir nossas empresas, evitar falências generalizadas e
desemprego em massa na ânsia desesperada por salvar vidas pelo suposto contágio
com o coronavírus estão sendo negligenciadas muitas outras medidas que em curto
prazo irão refletir diretamente sobre um grande número de habitantes dessa
Cidade que são pessoas pobres, muitos situados em classificações abaixo da
linha da pobreza.
Depois de 120 dias de caos econômico não é mais uma situação
de "pedir" é de "exigir" daqueles que ora nos representa que
tome as medidas necessárias para resolver essa situação, ou caso, se declare
incapaz permita que outro o faça, mas que seja feito, sem desculpas. Se o
problema é falta de recursos, vá atrás; se o problema é o Governo do Estado, vá
dialogar com ele; se o problema é o Governo Federal, esqueça as posições
políticas e vá onde for preciso para resolver a situação, dentro de uma vasta
extensão territorial como é o Brasil sempre haverá situação e oposição, porém
caberá a cada líder entender que vocês não representam puramente ideologias
políticas mas sim a população, e é esta que vocês verdadeiramente representam
que estar se organizando para que se faça acontecer, queremos que ainda seja
sobre a sua representação, mas não teremos problemas em seguir com métodos e
caminhos próprios se necessário.
Não vamos admitir que essa Cidade seja
conduzida para o abismo econômico e social enquanto assistimos calados a essa
falta de controle diante de um problema que reluta em apenas fazer esconder a
realidade e a esperar que o tempo cure todos os males enquanto ficamos
trancados dentro de nossas casas esperando que tudo passe sem que sejam tomadas
as medidas necessárias disponíveis. Ao invés de buscar soluções para um
problema já evidenciado e real tem adotado apenas medidas ortodoxas de controle
superficial que gera um impacto econômico incalculável para a iniciativa
privada e também para a pública, gerando somente dívidas, desemprego em massa e
falências generalizadas.
Certo da sua atenção, agradecemos
antecipadamente e aguardamos uma manifestação positiva com a colocação em
prática das ações propostas e outras que não foram aqui relatadas, mas tenham
objetivos comuns.
Cordialmente,
O comércio de Juazeiro
ASCOM – COOPCOM
Cooperativa Comercial de Juazeiro-BA
E-mail: coopcomjuazeiro@hotmail.com
Para ler outras matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
Aviso: Os comentários são de
responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor
Taciano Medrado. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou
direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios
podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário