Foto ilustração internet
Por: Rogério Marinho
Infelizmente,
segundo numerosas pesquisas nacionais e internacionais,
o sistema de ensino brasileiro é um dos mais ineficientes do planeta. Crianças
e adolescentes sabem muito pouco do que deveriam saber: dominam precariamente a
língua portuguesa e não possuem habilidades básicas em matemática. A falta de
aprendizado é o nosso maior obstáculo educacional. Tal precariedade é
resistente e subsiste à revelia das questões fiscais e de investimento público.
É um ensino ruim quando o dinheiro é farto ou escasso.
As raízes da precariedade do ensino
brasileiro podem ser encontradas na formação de nossos professores. Há muito,
cursos universitários, públicos e privados, foram invadidos pela demagogia
política mais abjeta. De fato, o ensino pedagógico de nível superior furtou-se
a ensinar aos jovens mestres técnicas de aulas, metodologias baseadas em
evidências científicas e conhecimento de como as pessoas aprendem. Ademais, há
professores que também não dominam os conteúdos de suas próprias disciplinas.
O estudante de pedagogia forma-se
sem conhecer os elementos fundantes de sua futura profissão e muitos sequer
desfrutam de estágios profissionais sérios e sistemáticos. No Brasil,
abandonou-se a pedagogia em prol de discursos políticos e formação de
militantes. O maior símbolo desse tipo de educação é o famoso, muito comentado
e pouco lido, Paulo Freire.
O tema não é novo. Desde que
estreou no cenário público e político, Paulo Freire causou polêmicas e motivou
inúmeros intelectuais brasileiros a denunciar suas artimanhas revolucionárias.
Em setembro de 1963, por exemplo, o jornal Estado de São Paulo endossou a
análise demolidora de Dulce Salles Cunha Braga, na época vereadora em São
Paulo, sobre o “método de alfabetização” do intelectual comunista: “esse
método, em si, apresenta sérias lacunas, sendo passível de críticas
fundamentais no que se refere à sua oportunidade e eficiência. O mais grave,
porém é que segundo depoimentos de pessoas de ilibada idoneidade, o método em
causa tem sido veículo de doutrinação marxista, sob pretexto de alfabetização.”
A professora Dulce foi a primeira senadora paulista, vereadora por três vezes e
deputada estadual também por três vezes.
A Pedagogia do Oprimido, livro
mais famoso de Paulo Freire, é obra recheada de elogios a Fidel Castro, Che
Guevara, Mao Tsé-Tung, Lenin e às revoluções comunistas. Freire ignora o sangue
de inocentes derramado por esses tiranos e assassinos, responsáveis por
genocídios covardes e produz um panfleto socialista com quase nada de
pedagogia. Seu objetivo, coberto por um manto de palavras confusas e
desconexas, é estabelecer as bases de uma revolução socialista no Brasil por
meio da subversão cultural de estudantes em prol do velho e refutado
materialismo marxista.
Prega em seu livro sinuoso a
revolta dos alunos diante da autoridade do professor e da família. O patrono da
educação brasileira esforçasse-se, utilizando uma linguagem tosca e truncada,
em demonizar a família e a autoridade paterna: “as relações pais-filhos, nos
lares, refletem, de modo geral, as condições objetivo-culturais da totalidade
de que participam. E, se estas são condições autoritárias, rígidas,
dominadoras, penetram nos lares que incrementam o clima da opressão”. Tudo para
ele é opressão, exploração e domínio.
De 1989 a 1991, Freire teve a
oportunidade de pôr em prática suas ideias copiadas da tradição teórica
marxista. Foi secretário de educação de São Paulo na gestão de Luiza Erundina.
O legado do idolatrado militante foi a promoção automática dos estudantes.
Freire considerava a autoridade do professor em avaliar os alunos como algo
opressor. A libertação é promover estudantes mesmo que não tenham aprendido a
contento o conteúdo programado. É a perpetuação da falta de qualidade do ensino.
Precisamos urgentemente promover
uma profunda revisão na formação de nossos professores. Jamais poderemos
superar nossas dificuldades sem introduzir no ensino superior pedagogias
realmente científicas e calcadas em evidências empíricas.
Não podemos continuar
apenas com a politização canhota e que tanto mal faz ao ensino nacional.
Precisamos de mais ciência e menos ideologia barata e mistificadora.
Postar um comentário