Quando quebrar o decoro rende prêmio, e não punição
Por Taciano Medrado*
A cena é tão surreal que, se não estivesse registrada, pareceria ficção barata: Glauber Braga, deputado do PSOL, que já respondia a processo por agressão, um soco no rosto de outro parlamentar dentro do plenário, agora protagoniza mais um capítulo de desrespeito explícito à Câmara dos Deputados. Ontem, em um episódio que afronta qualquer noção mínima de ordem institucional, ele simplesmente sentou na mesa da Presidência da CCJ, ocupando o espaço de comando da mais importante comissão da Casa, e precisou ser retirado à força pela Polícia Legislativa.
Trata-se de quebra de decoro parlamentar em grau máximo, um desprezo público pelas regras que sustentam o funcionamento democrático. Glauber incorporou um personagem caricato, radicalizando a performance: fez greve de fome, se vitimizou, apelou ao espetáculo. E o mais espantoso: funcionou.
Ao invés da cassação natural e proporcional ao conjunto de condutas antidemocráticas e agressivas, a Câmara escolheu o caminho da complacência: apenas seis meses de suspensão.
Nada mais conveniente para quem domina a cena política usando a estratégia do caos e com direito a vibração de torcida e canto de guerra para comemorar o feito por parte dos seus aliados Lulopetistas esquerdistas. Uma cena ridícula e lamentável de envergonhar qualquer cidadão. De fato no Brasil se pratica política como se fosse uma partida de futebol com todos seus ingredientes, de gritos ,e vaias, palavrões e comemorações.
A pergunta incômoda que ecoa pelos corredores de Brasília é inevitável:
Se fosse um deputado de direita, o desfecho seria o mesmo?
Difícil acreditar. Provavelmente já teria sido levado à “guilhotina” política, exposto em praça pública e transformado em exemplo de punição exemplar.
O episódio expõe, mais uma vez, um país onde a balança institucional parece pender de forma seletiva. Onde discursos inflamados valem mais do que condutas éticas. Onde partidos e aliados determinam o peso da mão do Estado, e não o ato cometido.
Num Brasil cada vez mais marcado por blindagens seletivas e por um ambiente legislativo dominado por alianças ideológicas rígidas, fica a sensação amarga:
Não é a lei que determina o destino dos parlamentares, é o grupo ao qual eles pertencem.
E essa é, sem dúvida, uma vergonha nacional.
(*) Professor, redator chefe do TMNews do Vale
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