Por: Valter Bernat*
Jair Bolsonaro indicou Flávio Bolsonaro, o 01, como “sangue” da família para a corrida presidencial em 2026. O anúncio ocorreu em meio às discussões sobre as alianças da direita, que se intensificaram após o ex-presidente ser preso e impedido de disputar eleições por conta das condenações no STF e no TSE. Desde então, aliados disputam o capital político do ex-presidente, que ainda exerce forte influência sobre o eleitorado conservador.
Mais popular que o irmão entre os bolsonaristas, Eduardo perdeu força ao deixar o Brasil. Michelle é citada por suavizar a imagem do bolsonarismo e pelo potencial de conquistar o voto feminino e dos evangélicos. A falta de experiência política, no entanto, pesa contra ela, que entrou em rota de colisão com os enteados e fez o PL retirar apoio a Ciro Gomes na corrida pelo governo do Ceará.
Esta escolha surpreendeu uma ala do PL que defendia Michelle Bolsonaro como vice “imbatível”. O ex-presidente tem insistido que prefere o filho, reforçando Flávio como seu sucessor político mais preparado. Ele prefere manter o “sangue Bolsonaro” na cabeça de chapa. A ex-primeira-dama não tem o “sangue” Bolsonaro. O mais provável, nesse cenário, é que Michelle concorra ao Senado pelo DF e que algum partido de centro indique o vice na chapa de Flávio.
Integrantes do Centrão que apoiam, e apoiaram, diferentes governos em troca de verbas e espaço na máquina pública ficaram insatisfeitos com a escolha feita por Bolsonaro. A reação do mercado aos novos planos do bolsonarismo foi negativa num primeiro momento mas, passado o susto, voltou ao normal. O candidato preferido ao Planalto por amplos setores do mercado financeiro seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Embora o filho tenha patinado nas pesquisas anteriores, Bolsonaro avalia que ele ganhará peso para a disputa a partir do momento em que se comportar como postulante ao Palácio do Planalto e fizer agendas pelo Brasil. Na avaliação do ex-presidente, Flávio consolidará a unidade partidária e conta com um relevante palanque de governadores aliados como Tarcísio de Freitas em São Paulo e Cláudio Castro no Rio de Janeiro.
Alguns não gostaram da indicação, porque a aposta do grupo era na candidatura de Tarcísio de Freitas e agora consideram improvável seguir com os planos de concorrer ao Planalto, pois isso iria de encontro à decisão de Bolsonaro, de quem o governador é próximo. Assim, Flavio procura acalmar a turma…
Flávio Bolsonaro iniciou o movimento político com um recado direto à direita: as negociações começam a partir de agora e que o primeiro gesto será trabalhar pela aprovação da anistia ainda neste ano.Num primeiro momento disse que poderia negociar sua candidatura com a aprovação da anistia mas, vendo que não teria quorum, voltou atrás e disse que sua candidatura é irrevogável.
A Direita estava especulando demais sobre quem deveria ser o indicado pelo ex-presidente. Vários nomes foram veiculados: os filhos, Michele, Zema, Ratinho Jr, Caiado e Tarcísio. Até então, este último era o candidato “ideal”, digamos assim pela direita para enfrentar Lula em 2026. Na figura a seguir, em uma charge, vemos os governadores e Michele sendo acalmados por Flávio.
A primeira missão de Flávio, além de acalmar os possíveis candidatos, é aprovar a anistia, bandeira prioritária por parlamentares aliados de Bolsonaro, que enxergam a medida como resposta política às decisões do Judiciário. Anistia esta que a esquerda, apoiada pelo STF, já disse que se for aprovada será derrubada, evidentemente, através de uma ADPF do PSOL ou do PT, que será aprovada pelo STF.
Olhando sobre o espectro da esquerda, ela está comemorando a indicação, já que Flávio tem uma rejeição enorme, ou seja, será um adversário mais fácil para Lula derrotar em 2026. Sim, mais fácil do que seria Tarcísio de Freitas, no entanto, a última pesquisa do Instituto Vérita apresenta Lula empatado com Flavio.
A verdade é que a indicação de um “Bolsonaro” mantém o clima de polarização que tem dominado o país.
(*) Advogado, analista de TI e editor do site O Boletim
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