(*) Taciano Medrado
Olá, leitore(a)s, na tarde dessa sexta-feira (18) recebi uma ligação com uma gravação dizendo que havia sido feita uma compra no meu cartão de crédito.
A mensagem pedia que eu digitasse 1 para confirmar e 2 para recusar. Imediatamente, liguei para a central de atendimento da minha operadora e relatei o fato. Fui alertado de que se tratava de um golpe e que agi corretamente ao desligar o telefone. O episódio, embora simples, expõe uma das muitas armadilhas que a tecnologia moderna tem criado no cotidiano do cidadão comum.
Vivemos na era da hiperconectividade, em que a tecnologia está por todos os lados — no bolso, no pulso, na palma da mão. A promessa era clara: tornar a vida mais fácil, mais rápida, mais segura. E em muitos aspectos, ela cumpriu. Mas a pergunta que se impõe é: até que ponto as novas tecnologias são, de fato, aliadas do cidadão? Ou será que, sob o verniz da inovação, escondem uma face perversa e silenciosa?
Por um lado, é inegável o avanço que a tecnologia proporcionou na medicina, na educação, nos meios de comunicação e até na luta por direitos sociais. Hoje, um morador de uma pequena cidade pode acessar informações de universidades internacionais, denunciar abusos pelas redes sociais e acompanhar, em tempo real, decisões políticas que antes passavam despercebidas.
No entanto, o outro lado da moeda é sombrio. Nunca se coletou e manipulou tantos dados pessoais como agora. A vigilância digital, sob o pretexto de "melhorar a experiência do usuário", esconde mecanismos de controle que transformam o cidadão em produto. A privacidade, antes um direito básico, virou uma ilusão nas mãos de grandes corporações e governos cada vez mais tecnológicos — e menos transparentes.
As redes sociais, por exemplo, que deveriam aproximar, muitas vezes dividem. Amplificam discursos de ódio, promovem desinformação em larga escala e viciam o usuário em recompensas instantâneas. A inteligência artificial, que pode ser usada para otimizar serviços públicos, também já é usada para excluir pessoas de programas sociais, negar empréstimos e até influenciar resultados eleitorais.
A tecnologia, portanto, não é boa nem má por si só — ela reflete os interesses de quem a controla. E, infelizmente, o cidadão comum raramente tem voz nesse processo. A ausência de uma legislação forte, de educação digital crítica e de fiscalização eficaz nos torna vulneráveis a um sistema que se alimenta da nossa dependência.
Resta saber: o cidadão será capaz de reivindicar o controle das tecnologias a seu favor? Ou continuará sendo apenas uma engrenagem, anestesiada por facilidades, dentro de uma máquina que não para de girar?
Fica o alerta: desconfie, questione, informe-se. A tecnologia é uma ferramenta — e como toda ferramenta, pode construir ou destruir, dependendo de quem a segura.
(*) Professor e editor do TMNEWS DO VALE
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