EDITORIAL DE DOMINGO: Sigilo do Cartão Corporativo: o novo "vale tudo" do Lula 3


Imagem criada pela equipe do TMNews do Vale com auxílio do gerador de imagens com IA.

(*) Taciano Medrado

Parece que, no Brasil, algumas tradições resistem ao tempo — e o sigilo no uso do cartão corporativo é uma das mais preservadas. No reality show político intitulado “Lula 3 – O Retorno”, o cartão corporativo reaparece como o grande protagonista da gastança silenciosa. Só que, agora, com toques de suspense e uma pitada generosa de mistério. Afinal, quem precisa de transparência quando se tem um bom e velho “sigilo institucional”?

Uma antiga fonte de críticas à Presidência da República volta ao centro do debate: os gastos com cartões corporativos. De acordo com um monitoramento do Tribunal de Contas da União (TCU), a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já consumiu R$ 55,4 milhões com esse tipo de despesa entre janeiro de 2023 e abril de 2025 — e a imensa maioria das transações, 99,55%, está sob sigilo.

Os dados, obtidos pela revista Veja, integram um processo contínuo de monitoramento do TCU, que agora deve resultar em uma nova cobrança formal ao Planalto. Um dos pontos que chamam a atenção é a falta de detalhamento sobre os valores gastos. A Corte identificou, por exemplo, uma transação isolada de R$ 35 mil em um posto de gasolina em área nobre de São Paulo, sem recibo ou qualquer explicação sobre a natureza da despesa — se foi, de fato, abastecimento ou outro tipo de gasto.

Mas fiquemos tranquilos. O sigilo é só uma medida de segurança… emocional. Afinal, o povo brasileiro é muito sensível. Não é todo mundo que suporta saber que está financiando lagostas, vinhos premiados ou diárias em resorts paradisíacos enquanto espera há meses por uma consulta no SUS.

E a cereja do bolo (importado, evidentemente) é o argumento padrão: “Tudo dentro da legalidade.” Claro, a legalidade no Brasil é tão elástica quanto os argumentos usados para esconder os gastos. E o sigilo, nesse caso, é mais do que um instrumento jurídico — é um abrigo moral para não ter que dar satisfações sobre a farra institucionalizada.

Lula, o presidente que prometeu ser do povo, parece ter confundido “governar para o povo” com “governar com o dinheiro do povo... e em silêncio”. É o velho “faça o que eu digo, não veja o que eu gasto”.

Ironias à parte, o sigilo do cartão corporativo no Lula 3 é a prova cabal de que, no Brasil, a conta sempre fecha — desde que quem pague continue sendo o contribuinte desavisado.

(*) Professor e analista político

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