Lula perde popularidade, mas ainda venceria. Por quê? As pesquisas indicam queda na aprovação do governo, mas mostram também que Lula ainda lidera intenções de voto. Isso não é paradoxo: é um alerta. Mesmo desgastado, ele permanece como símbolo de algo maior, um projeto de país que, aos olhos de muitos pobres, lhes ofereceu alguma dignidade. Essa percepção não se dissolve com números ou críticas técnicas. Enquanto nenhuma outra liderança ocupar esse espaço simbólico, ele continuará politicamente vivo. Porque ideias não são derrotadas apenas pela lógica: são superadas por outras ideias mais vivas, mais próximas, mais sentidas.
A direita está certa, mas não está presente. A oposição tem feito diagnósticos corretos sobre a economia e a condução política, mas esses acertos não têm se traduzido em adesão popular. Faltam conexão emocional e linguagem acessível. Enquanto se fala para os setores já convencidos, ignora-se o cidadão comum que espera soluções para o transporte, o gás, a escola e o posto de saúde. A direita é percebida como racional, mas distante. E quando o povo não se sente visto, permanece com quem pelo menos diz seu nome.
Quem não disputa o povo, perde por inércia. Antonio Gramsci, ao refletir sobre hegemonia, mostrou que vencer não é apenas convencer com ideias, mas ocupar o espaço do imaginário coletivo. A esquerda fez disso uma arte: inseriu sua narrativa em novelas, universidades, músicas e políticas públicas. Já a direita, quando chegou ao poder, não apresentou alternativa simbólica nem pedagógica. Limitou-se à denúncia, sem propor uma linguagem popular capaz de tocar afetos. E sem afetos, não há massa crítica, nem mobilização duradoura.
Ideias se substituem com presença, não com negação. A oposição precisa oferecer mais do que indignação. Precisa apresentar um projeto social que una responsabilidade fiscal e justiça social, liberdade econômica e empatia, crescimento e inclusão. É possível defender eficiência e, ao mesmo tempo, cuidar dos que estão à margem. Mas isso exige uma nova postura: menos guerra cultural abstrata, mais escuta real. Porque sem povo, não há virada. E sem uma narrativa que devolva esperança aos mais pobres, qualquer projeto alternativo nascerá incompleto.
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