(*) Taciano Medrado
Olá, caríssimos leitores e leitoras. Quantas vezes, ao longo das nossas vidas, não sofremos decepções com parentes e amigos que nos magoaram e nos agrediram com palavras ou atitudes mesquinhas, recheadas de traições e falsidades? Situações assim nos atravessam como punhais silenciosos, e o desejo de justiça – ou vingança – grita mais alto do que o sussurro sereno do perdão.
Perdoar. Palavra curta, mas com um peso quase insuportável quando carregada de mágoas profundas. O ser humano, em sua complexa teia de emoções, é um ser que ama, sonha, se decepciona… e que, inevitavelmente, fere e é ferido. É nesse ciclo de relações imperfeitas que surge o grande desafio: o perdão.
Mas por que, afinal, é tão difícil perdoar? Talvez porque, no fundo, ainda confundimos perdão com fraqueza. Ainda acreditamos que perdoar é ceder, esquecer, fingir que não doeu. Ledo engano. Perdoar não é esquecer — é libertar. E não libertar o outro, mas a si mesmo.
Guardar rancor é como ingerir veneno esperando que o outro sofra os efeitos. A mágoa é uma prisão emocional de onde só conseguimos escapar quando escolhemos a coragem de deixar ir. E perdoar é, sem dúvida, um dos maiores atos de coragem que o ser humano pode praticar.
Entretanto, não se trata de um processo imediato. Há feridas rasas e há feridas profundas. Há mágoas que se dissipam com o tempo, e outras que se transformam em cicatrizes na alma. Perdoar não é apagar o ocorrido, mas sim escolher que aquilo não vai mais nos dominar.
A grande ironia é que, mesmo sendo tão difícil perdoar, desejamos ser perdoados com facilidade. Quando erramos, esperamos compreensão. Quando falhamos, queremos uma nova chance. O espelho que relutamos em encarar é o mesmo que exige coerência: se queremos o perdão, precisamos, também, estar dispostos a oferecê-lo.
E aí entra o ponto mais delicado: o perdão exige humildade. E o ego, vaidoso e rancoroso, detesta se curvar. Nos ilude com a falsa sensação de controle ao manter o ressentimento vivo, como se isso nos tornasse mais fortes ou protegidos. Mas, na prática, apenas nos mantém aprisionados ao passado.
O perdão é uma escolha. Uma decisão por paz interior, por leveza, por seguir em frente. Não significa reconciliação imediata, tampouco esquecer os erros alheios. Significa romper o vínculo com a dor, recusar ser refém do que não pode ser desfeito.
Há quem diga que o perdão é divino. Pode até ser. Mas é, sobretudo, um exercício humano – talvez o mais difícil, mas também o mais transformador. Perdoar não é um presente que damos ao outro. É um presente que damos a nós mesmos.
Que saibamos, como sociedade e como indivíduos, cultivar esse dom com mais generosidade. Porque, no fim das contas, perdoar é dizer a si mesmo: “doeu, mas passou – e eu escolho seguir em paz”.
E isso, leitores e leitoras, não é só um gesto nobre. É um verdadeiro ato de libertação.
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