Mais de 85% dos brasileiros que atrasaram contas em abril voltaram a ficar negativados

  

Foto reprodução


Mais de 85% dos brasileiros que atrasaram contas em abril voltaram a ficar negativados

Para a educadora financeira Aline Soaper, a combinação entre inflação persistente e baixos salários ajuda a explicar o alto índice de inadimplência

Os brasileiros continuam enfrentando dificuldades para sair do vermelho. É o que mostra o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que revelou que, em abril de 2025, 85,12% das negativações foram de pessoas que já haviam sido incluídas no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. Segundo a educadora financeira Aline Soaper, esse comportamento pode estar relacionado à dificuldade que grande parte da população tem em manter um planejamento financeiro consistente.

“É importante ressaltar que muitos brasileiros enfrentam dificuldades para montar um planejamento financeiro, conciliando despesas fixas — como aluguel, contas de água e luz — com gastos extras, como roupas e eletrônicos. Esse cenário se agrava com a falta de conhecimento em educação financeira e a pouca compreensão sobre como ela influencia no endividamento. Além disso, fatores como a baixa renda da maioria da população e o alto índice de desemprego contribuem para esse ciclo”, pontua Aline.

Ainda de acordo com o levantamento, considerando o universo de devedores reincidentes, 63,87% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até abril; e 21,25% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 72,5 dias. Dessa forma, depois de 2,4 meses, em média, de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

“Existem várias estratégias para manter um planejamento financeiro eficaz e evitar o retorno à negativação. Uma delas é evitar assumir novas dívidas, especialmente se você já tem parcelas que comprometem boa parte da sua renda. Também é fundamental cortar gastos desnecessários no orçamento familiar. Para isso, é importante revisar todas as despesas — como aquela assinatura de streaming pouco usada, aplicativos contratados e esquecidos, ou cobranças automáticas no cartão de crédito. Em momentos de crise, o ideal é direcionar o dinheiro para o que realmente é essencial”, orienta a educadora.

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em abril de 2025, houve queda de ‐9,37% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores. De acordo com Aline, esse movimento ocorre por conta da alta inflação, que eleva os juros e aumenta as chances do endividamento.

“Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra dos brasileiros, principalmente os que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe esse crescimento, dessa forma o planejamento se torna fundamental. É essencial colocar no papel tudo que se recebe, e os gastos mensais que tem. Assim é possível saber o custo de vida atual, qual valor necessário para a família manter as necessidades básicas”, explica a educadora financeira.

Para quem deseja sair do endividamento, Aline destaca que o primeiro passo é identificar e priorizar as dívidas essenciais. Em primeiro lugar, devem ser pagos os serviços básicos, como água, luz, gás, aluguel e condomínio — já que a falta de pagamento pode levar à interrupção dos serviços e, no caso do condomínio, até a uma ação judicial.

Na sequência, vêm as dívidas de financiamentos de imóveis e veículos, pois o não pagamento pode resultar na retomada dos bens pelas instituições financeiras. Por fim, devem ser tratadas as dívidas com os juros mais altos, como cartão de crédito e financiamentos em lojas.

“Procure também uma forma de aumentar sua renda. Mesmo que você ache que não tem habilidades para isso, é possível buscar capacitações e treinamentos para desenvolver novas competências, prestar serviços ou até abrir um negócio próprio. Esse é um caminho para melhorar sua situação financeira e consumir com mais consciência, sem se endividar ainda mais”, conclui Aline Soaper.

 

Sobre Aline Soaper: 


Aline Soaper é fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal, uma referência global em educação financeira que já impactou mais de 10 mil alunos em mais de 20 países. Advogada com especialização em Direção e Orientação Educacional, Aline começou sua jornada empreendedora aos 17 anos e, desde 2015, atua como educadora financeira e formadora de especialistas na área. Em 2023, expandiu seu impacto ao ingressar no mercado de franquias com as redes Efinckids, voltada para educação financeira infantil, e Health Money, focada na gestão estratégica e financeira de pequenas e médias empresas. Aline é reconhecida por transformar vidas através de uma abordagem prática e inspiradora sobre gestão de dinheiro e investimentos.

Redes sociais:

Instagram: @alinesoaper

Facebook: facebook.com/alinesoaper



Não deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para acompanhar  mais notícias do TMNews do Vale (Blog do professor TM)


Envie informações e sugestões para o TMNews do Vale  pelo WhatsApp: (74)98825-2269


AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do TMNews do Vale (Blog do professor TM) Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.

Faça um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem