A decadência do Governo Lula 3: Da esperança à desilusão


Foto produzida pelo TMNews do Vale com auxílio da I.A

Há  dois anos e 5 meses o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornava ao Palácio do Planalto em meio a um cenário de divisão nacional, promessas de reconstrução e o discurso da volta da esperança. No entanto, passados esses meses iniciais do chamado "Governo Lula 3", o que se vê é uma administração cada vez mais mergulhada em contradições, falta de rumo e uma perigosa desconexão com as reais necessidades do povo brasileiro.

A palavra “decadência” talvez pareça dura, mas é a que melhor traduz o estágio atual de um governo que, ao invés de avançar, patina — quando não regride — em áreas estratégicas como economia, segurança pública, saúde e até mesmo no plano simbólico, aquele que Lula dominava tão bem em seus mandatos anteriores.

A economia da ilusão

O discurso triunfalista de que o Brasil voltou a crescer não encontra respaldo nos supermercados, nas contas de luz ou nos boletos atrasados do cidadão comum. A inflação dos alimentos, embora suavizada nos índices oficiais, continua impactando diretamente o prato do brasileiro mais pobre. O crescimento do PIB, embora positivo, é puxado por setores pontuais e não tem se traduzido em geração de empregos de qualidade ou em aumento real do poder de compra.

A política fiscal é uma colcha de retalhos. O novo arcabouço fiscal, apresentado como uma evolução em relação ao teto de gastos, mostrou-se leniente e incapaz de conter o apetite por gastos públicos. A meta de déficit zero foi abandonada antes mesmo do fim do primeiro ano, e a confiança do mercado foi abalada. O governo parece mais preocupado em agradar aliados com cargos e emendas do que em traçar uma rota sustentável para as contas públicas.

Insegurança como política de Estado

Na área da segurança pública, os índices falam por si. O avanço do crime organizado nas grandes cidades e a expansão de facções criminosas pelo interior do país são um retrato da omissão federal. O governo Lula 3 tem se mostrado hesitante em enfrentar de frente essa realidade, muitas vezes terceirizando responsabilidades para estados e municípios, enquanto se omite ou se limita a declarações vazias.

A situação nas fronteiras, por onde entra armas e drogas que alimentam a violência nos centros urbanos, continua crítica. A ausência de um plano nacional de segurança pública eficaz e articulado demonstra uma falta de prioridade preocupante para um tema que afeta diretamente a vida da população.

A saúde e a ilusão do passado

O governo insiste em reviver símbolos do passado, como o Mais Médicos, tentando mascarar a fragilidade estrutural do SUS. A pandemia deixou cicatrizes profundas no sistema de saúde brasileiro, mas em vez de propor reformas estruturantes, o governo opta por paliativos e programas de efeito midiático. A fila do SUS, que já era longa, voltou a crescer, e os profissionais da saúde estão sobrecarregados e desmotivados.

A política externa da nostalgia

Na política externa, Lula tem buscado reposicionar o Brasil no cenário internacional. Mas o esforço por protagonismo global muitas vezes vem acompanhado de decisões controversas. O alinhamento com regimes autoritários, como a Nicarágua, a Venezuela e o Irã, coloca em xeque a credibilidade do país diante das democracias ocidentais.

Além disso, a retórica antiamericana e a tentativa de se apresentar como um “mediador global” em conflitos como o da Ucrânia têm sido vistas mais como vaidade do que como estratégia diplomática. O Brasil precisa de pragmatismo nas relações exteriores, não de nostalgia ideológica.

Corrupção e velhas práticas

O discurso de combate à corrupção — tão central nos discursos de campanha — rapidamente cedeu lugar ao toma-lá-dá-cá da governabilidade. A volta do centrão ao coração do poder é a evidência mais clara disso. Ministérios loteados, liberação de emendas bilionárias em troca de apoio parlamentar e alianças com figuras que antes eram vistas como inimigas políticas mostram que o “velho normal” voltou com força total.

O escândalo recente envolvendo o Ministério do Turismo, com suspeitas de desvios de verbas e indicações políticas sem critério técnico, é apenas um sintoma de um problema mais profundo: a ausência de compromisso com a ética administrativa, as demissões ministros, além do de Turismo, a do ministro da Previdência Social Carlos Lupi mostra a fragilidade do governo Lula 3 diante da sombra pecaminosa da corrupção - história repetida dos outros dois mandatos - Lula 1 e Lula 2.

A decepção como sentimento nacional

O dado mais revelador desse processo de decadência, porém, está na percepção popular. Pela primeira vez desde o início do mandato, a rejeição ao governo Lula supera a aprovação em todas as regiões do país. 

Segundo levantamento do PoderData, realizado entre os dias 31 de maio e 2 de junho, o presidente é hoje desaprovado por 56% dos eleitores, uma alta de 3 pontos percentuais em apenas dois meses. A aprovação, por sua vez, caiu de 41% para 39% no mesmo período.

A decepção não vem apenas da oposição ou da classe empresarial. Ela já atinge, silenciosamente, grande parte da população que depositou em Lula uma última esperança de melhora após anos de turbulência. O carisma que outrora mobilizava multidões agora encontra resistência e apatia. Nas redes sociais, a militância que defendia o governo com unhas e dentes está cada vez mais silenciosa, ou francamente crítica.

Um governo à deriva

Por fim, o terceiro mandato de Lula, que começou com promessas de reconstrução e pacificação, caminha para ser lembrado como um governo sem norte. Uma administração que mira o retrovisor e ignora o para-brisa. Um governo mais preocupado em administrar narrativas do que em enfrentar os desafios do presente.

O Brasil precisa de mais do que discursos inflamados, memórias do passado e alianças espúrias. Precisa de liderança, planejamento, coragem e ética. Lula 3, até aqui, tem oferecido o oposto.

Se não houver uma guinada urgente — de rumo e de postura —, este governo corre o risco de terminar como começou: cercado de expectativas, mas sufocado pela realidade.


(*) Professor e analista político


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