Universidades Federais agonizam na UTI — e o governo Lula 3 finge que não vê

 

Foto TMNews do Vale

Senhoras e senhores leitore(a)s do TMNews do Vale, o momento é de silêncio! O paciente está em estado grave.

Diagnóstico: Universidade Federal Brasileira.

Sintomas: anemia orçamentária crônica, crise de identidade institucional, necrose do investimento público e colapso pedagógico generalizado.

Prognóstico? Sombrio. Mas antes de puxarmos o lençol branco sobre o corpo cambaleante da educação superior pública, vamos entender como chegamos até aqui.

Primeiro, cabe destacar: a Universidade Pública, por muito tempo, foi tratada como aquela tia excêntrica da família — a que fala difícil, fuma cachimbo e vive cercada de livros e projetos de extensão. Todos respeitam, mas ninguém visita. A não ser quando precisa de um exame gratuito ou um parecer técnico para validar alguma bobagem pseudocientífica da internet.

Mas agora, nem isso. A tia está na UTI, sem recursos, com a energia cortada, ar-condicionado funcionando só entre 8h e 9h da manhã, quando o reitor passa pelos corredores para fingir que tudo vai bem, e papel higiênico racionado como se estivéssemos em guerra. E, de certa forma, estamos. Contra a ignorância institucionalizada.

A guerra é silenciosa. Vem disfarçada de contingenciamento, de "otimização de recursos", de "revisão fiscal". Traduzindo: falta grana até pra comprar giz de cera na pedagogia. As verbas que eram destinadas à ciência agora servem para apagar incêndios administrativos ou para reformar o telhado do prédio de engenharia que desabou pela terceira vez no ano. O laboratório de física, hoje, funciona com baterias de lanterna e boa vontade. O de biologia virou abrigo para pombos e gatos de rua.

Enquanto isso, no Planalto Central, autoridades batem no peito com orgulho e dizem que educação é prioridade. Claro que é! Desde que seja privada, padronizada, pasteurizada e possa ser vendida em 12 vezes no cartão.

Porque universidade pública gratuita, de qualidade e com pensamento crítico? Isso dá calafrio em político que prefere eleitor que lê meme em vez de artigo científico.

Mas vamos aos números! O orçamento de 2025 para universidades federais é tão magro que poderia ser confundido com um aluno de arquitetura no fim do semestre — dormindo em pé, se alimentando de café e desesperado.

Os cortes são tão profundos que a tesoura do governo já foi indicada ao Prêmio Nobel de Cirurgia Financeira. E pasmem: ainda querem que as universidades “façam mais com menos”. Próxima etapa: fabricar diplomas com papel reciclado do Diário Oficial.

E não é só o dinheiro. O ambiente acadêmico virou terra arrasada. Professores sobrecarregados, técnicos subvalorizados, alunos desassistidos. A pesquisa científica, que já foi orgulho nacional com vacinas, remédios e tecnologias, agora compete por migalhas com as promoções do Dia do Consumidor. Enquanto isso, projetos inovadores mofam nas gavetas por falta de insumos, bolsas de iniciação científica são pagas com moedas do cofre da cantina e o Wi-Fi da universidade é tão ruim que parece patrocinado por uma empresa de telecomunicações... do século passado.

E não podemos esquecer das perseguições ideológicas. Porque, claro, pensar virou um ato subversivo. Produzir conhecimento que não agrade o governo da vez é “doutrinação marxista”, mesmo que o estudo seja sobre o comportamento do tatu-bola no cerrado. A academia virou suspeita por existir. E o reitor virou alvo fácil: ora de operações policiais midiáticas, ora de linchamento digital por parte de militantes que confundem Karl Marx com o dono da cervejaria.

Enquanto isso, o paciente — a universidade — respira por aparelhos. E se hoje ela ainda consegue formar engenheiros, médicos, artistas e cientistas, é graças ao heroísmo dos que ali resistem.

Professores que tiram do próprio bolso para imprimir apostilas, técnicos que viram faz-tudo, alunos que fazem vaquinha para manter laboratórios abertos. Um verdadeiro SUS do saber: universal, gratuito e sabotado por quem devia protegê-lo.

Mas, como em todo enredo tragicômico brasileiro, ainda há esperança. A Universidade Federal é resiliente. Já enfrentou ditaduras, greves, pandemias, reformas e retrocessos. Já foi desdenhada, atacada, abandonada — mas nunca deixou de formar gente que muda o país. Talvez, quem sabe, com o tempo, ela volte da UTI. Mas vai precisar de algo raro: vontade política, investimento e respeito pelo saber.

As universidades federais brasileiras, que durante décadas representaram o que há de mais promissor na educação e na produção científica do país, estão hoje internadas em estado grave.

O diagnóstico é alarmante: colapso financeiro, sucateamento estrutural, abandono político e ataques ideológicos constantes. O que era para ser o motor do futuro nacional agora luta para manter as luzes acesas, literalmente.

Nas últimas décadas, essas instituições resistiram a crises políticas, cortes de verbas, greves e até pandemias. Mas a situação atual é diferente — e, talvez, mais grave. O orçamento destinado às universidades federais tem sofrido cortes sistemáticos que as empurram para um funcionamento precário. Laboratórios estão fechando, prédios estão caindo aos pedaços, e bolsas de pesquisa minguam como se o conhecimento fosse um luxo supérfluo.

Em muitas universidades, a cena é desoladora: ar-condicionado funciona apenas em horários seletivos, o racionamento de papel higiênico é uma realidade, e professores e técnicos viraram verdadeiros malabaristas para manter viva a chama do ensino e da pesquisa. É como se o país estivesse deliberadamente asfixiando uma de suas poucas estruturas de excelência.

O argumento recorrente é a necessidade de “ajuste fiscal”, “contingenciamento”, “revisão de gastos”. Mas é preciso dizer com todas as letras: o desmonte da universidade pública é uma escolha política. Uma escolha que prioriza cortes a investimentos, que despreza o pensamento crítico e que tenta transformar o ensino superior em privilégio — não em direito.

Além da crise orçamentária, as universidades enfrentam ataques à sua autonomia e à liberdade acadêmica. A produção científica passou a ser tratada com desconfiança, enquanto professores e pesquisadores são tachados de “doutrinadores” por grupos que sequer compreendem a diferença entre ensino e ideologia. O ambiente acadêmico, que deveria ser um espaço livre para o debate e a criação, hoje convive com o medo e a censura velada.

Ainda assim, as universidades resistem. Professores que tiram do próprio bolso para manter projetos, alunos que se organizam para garantir o funcionamento de atividades básicas, técnicos que acumulam funções para suprir a falta de pessoal. Esse esforço hercúleo mantém de pé uma estrutura que, não fosse pelo compromisso dos que a compõem, já teria ruído por completo.

Mas até quando?

É preciso cobrar dos governantes — de todos os níveis — uma postura clara e firme: a educação pública precisa de investimento real, planejamento estratégico e, acima de tudo, respeito. Não há desenvolvimento econômico ou justiça social sem universidades fortes. Não há futuro promissor sem pesquisa, ciência e pensamento crítico.

Nós do TMNEWS DO VALE, não acreditamos em um Brasil grande com universidades pequenas. Nem em um país que sabota seus cérebros enquanto aplaude a ignorância embalada em discursos fáceis e politiqueiros lastreados pela censura e a ameaça de controle da mídia, onde a primeira dama Janja banca uma de ferrenha defensora, e acreditem! cita a Rússia como modelo para o Brasil.

Enquanto isso, seguimos aqui... esperando que alguém tire esse paciente da UTI antes que a morte encefálica seja decretada com assinatura em papel timbrado e coletiva de imprensa.

O paciente está na UTI, sim. Mas ainda há tempo de reverter o quadro. Basta querer. E essa vontade precisa vir de todos nós.

Porque não se constrói um país grande com universidades pequenas, nem se faz futuro com cortes e obscurantismo.

(*) Professor, analista político e redator-chefe

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