(*) Taciano Medrado
Diariamente saio as 06:00h da manha para caminhar com o meu cão Skoti da raça Husk Siberiano pela ruas, avenidas e quadras do bairro Castelo Branco, e já sofri inúmeras tentativas de ataques de cães ferozes criados soltos ou abandonados, e sou forçado a andar com um bastão para proteger a mim e ao meu cão. Nessa segunda-feira(21) a cena se repetiu mais uma vez.
O Castelo Branco além de está em completo abandono pelo atual gestão pública, com ruas e avenidas sujas e fétidas, infelizmente, o bairro também carrega um título nada honroso: o de maior concentração de cães vadios por metro quadrado da cidade.
O que, à primeira vista, pode parecer apenas um detalhe do cotidiano, revela, na verdade, uma ferida urbana que denuncia descaso, abandono e ausência de políticas públicas eficazes, onde seus residentes convive com o medo de ataques, a sujeira nas ruas e o risco de zoonoses como a raiva e a leishmaniose.
A quantidade alarmante de cães nas ruas não se resume a um problema de estética urbana ou incômodo pontual. Trata-se de uma questão de saúde pública, segurança e dignidade — tanto para os animais quanto para os moradores. Animais abandonados estão sujeitos a doenças, fome, maus-tratos e atropelamentos.
O que o cenário em Castelo Branco revela é a falência de uma gestão que insiste em tratar o problema como invisível. Faltam campanhas de castração, abrigos públicos e, principalmente, educação comunitária sobre guarda responsável. Não é raro ouvir moradores dizendo que "não é problema deles", enquanto outros simplesmente descartam seus animais como se fossem lixo — um reflexo de um ciclo de negligência que se alimenta da impunidade.
É importante dizer: a culpa não é dos cães. Eles são vítimas do abandono, da reprodução descontrolada e da indiferença generalizada. O verdadeiro "animal" nesse contexto é o ser humano que abandona, que ignora, que cruza a rua para não ver o problema — como se isso o fizesse desaparecer.
Senhor prefeito do "governo do novo", o Castelo Branco precisa mais do que reclamações nas redes sociais ou promessas de campanha e selfies ou de "cheiro no coração" Precisa de ação e de políticas públicas urgentes que atuem na raiz do problema, e não apenas em seus sintomas. E, acima de tudo, precisa de consciência coletiva, porque a cidade — com seus bairros, ruas e praças — é reflexo direto daquilo que seus cidadãos decidem (ou se recusam) a enxergar.
(*) Professor, redator-chefe e morador do Bairro Castelo há mais 28 anos.
Não
deixe de curtir nossa página Facebook e também Instagram para
acompanhar mais notícias do TMNews do Vale (Blog do professor TM)
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do TMNews do Vale (Blog do professor TM) Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.
Postar um comentário