(*) Célia Regina Carvalho
Excelentíssimo Senhor Jerônimo Rodrigues, Governador do Estado da Bahia,
Escrevemos esta carta movidos pela dor, pela indignação e pela urgência de uma resposta. A Bahia, nossa terra de cultura, resistência e força, hoje carrega um título cruel: "o estado mais violento do Brasil". E Juazeiro, uma cidade de gente trabalhadora e sonhadora, ocupa o vergonhoso "5º lugar entre os municípios mais violentos do país".
Vivemos uma realidade de medo constante. "São adolescentes e jovens sendo brutalmente assassinados todos os dias". São mães enterrando filhos, famílias destruídas, sonhos interrompidos pela bala e pelo descaso. E se há um padrão nessa tragédia, ele é marcado pela cor da pele: "a maioria das vítimas é negra".
A população não aguenta mais! Não queremos apenas estatísticas e discursos, queremos ações concretas para salvar vidas. Exigimos:
Políticas públicas eficazes de segurança: aumento do policiamento comunitário, inteligência policial e combate ao crime organizado. Investimentos reais em educação e oportunidades: escolas estruturadas, ensino técnico, programas de incentivo à cultura e ao esporte para tirar nossos jovens das ruas e das mãos da violência. Combate ao racismo estrutural: políticas afirmativas que garantam que a juventude negra tenha oportunidades de vida, não um destino traçado pelo preconceito e pela exclusão. Proteção às famílias enlutadas e vítimas da violência: apoio psicológico, jurídico e social para aqueles que sofrem as consequências dessa realidade cruel.Governador Jerônimo, a Bahia tem pressa! O povo clama por paz, por justiça, por um estado onde seja possível viver sem medo. Não podemos aceitar que o futuro de nossa juventude continue sendo interrompido. "Cada vida importa, cada morte deveria nos revoltar. E cada medida para mudar essa realidade deve ser tomada agora!".
"Que seu governo seja lembrado como aquele que teve coragem de enfrentar a violência e garantir um futuro digno para todos os baianos!"
Atenciosamente,
(*) Antirracista, Fundadora e Coordenadora da, "Bancada Se essa rua fosse minha"
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