As últimas declarações, em vídeo nas suas redes sociais do deputado estadual, Jordávio Ramos, criticando o "Modus operandi" do atual prefeito de Juazeiro no norte da Bahia, Reveja, nos primeiros dias de seu governo, levantou, mais uma vez, um tema polêmico e intrigante: O populismo na política brasileira.
Nos últimos anos, vivemos um cenário político saturado por discursos inflamados, figuras carismáticas e narrativas cuidadosamente embaladas para capturar a atenção do público. O populismo, muitas vezes disfarçado de proximidade com o povo, apresenta soluções simplistas para problemas complexos. Políticos com discursos bonitos encantam plateias, mas, na prática, muitas vezes não apresentam resultados concretos.
A retórica populista se alimenta da emoção. É comum que líderes desse perfil apontem culpados abstratos – a “elite”, o “sistema”, ou até “os de fora” – para desviar o foco das limitações de suas próprias propostas. Esse tipo de narrativa cria um ambiente de esperança ilusória, onde a promessa de transformação serve como anestésico temporário para os verdadeiros desafios sociais. No entanto, o populismo raramente entrega o que promete, e, quando entrega, muitas vezes o preço é o enfraquecimento das instituições democráticas.
Além disso, o exagero midiático desempenha um papel central na manutenção dessa lógica. A mídia, em busca de cliques e audiência, frequentemente amplifica discursos vazios e espetáculos políticos, relegando questões estruturais ao segundo plano. Enquanto manchetes sensacionalistas ganham destaque, os problemas reais – como saúde pública precária, falta de educação de qualidade e infraestrutura deficitária – permanecem sem soluções concretas.
A população, no entanto, precisa ir além da superficialidade. É necessário um olhar crítico para diferenciar promessas eleitoreiras de projetos consistentes. O Brasil enfrenta desafios profundos que não serão resolvidos com slogans impactantes ou programas de governo escritos para caber em um tweet.
A verdadeira mudança requer planejamento estratégico, investimentos sérios em políticas públicas e compromisso com a transparência. É preciso enfrentar a complexidade, mesmo que isso signifique tomar decisões impopulares, porém necessárias. Enquanto o populismo e o espetáculo continuarem a dominar o debate público, as demandas da população seguirão sendo apenas palco para disputas de poder.
Portanto, cabe a cada um de nós rejeitar o discurso fácil e buscar alternativas que, embora menos atraentes na forma, sejam mais efetivas no conteúdo. Afinal, não é o barulho que resolve os problemas, mas o trabalho silencioso, técnico e comprometido com o bem-estar coletivo.
Por fim, aos gestores públicos municipais recomendamos menos populismo e mais ações concretas, pois palavras bonitas só tem efeito nas entrelinhas dos discursos, na prática são inócuas. E por favor, em respeito ao povo deixem as exposições midiáticas, típicas de campanhas, para o período eleitoral e desçam dos palanques, afinal as eleições de 2024 se encerraram no dia 27 de outubro.
(*) Professor e Analista político
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