MOMENTOS DE REFLEXÃO: "Às vezes é melhor deixar as pessoas acreditarem no que quiserem sobre você"

 

(*) Taciano Medrado

Nem sempre temos controle sobre a maneira como as pessoas nos percebem,  ou as ideias que formam sobre nós. 

Muitas vezes tentamos ser claros em nossas intenções, mas a realidade é que cada pessoa interpreta o mundo – e os outros – com base em suas próprias experiências, crenças e preconceitos. Por isso, insistir em explicar ou justificar quem somos pode ser, muitas vezes, um exercício inútil e desgastante.

Deixar que as pessoas acreditem no que quiserem sobre você é, em muitos casos, um gesto de sabedoria e autocuidado. Isso não significa aceitar mentiras ou se conformar com injustiças, mas reconhecer que nem toda opinião sobre nós merece nossa atenção ou energia. Tentar convencer alguém que já está fechado a nos entender pode ser como gritar em uma sala vazia – não há eco, apenas desgaste.

Além disso, nossa verdadeira essência não precisa de aprovação externa para existir. O que realmente importa é o que sabemos sobre nós mesmos: nossos valores, nossas intenções e nossas escolhas. 

Quando estamos seguros de quem somos, não sentimos a necessidade de provar nada a ninguém. A paz interior não vem do reconhecimento alheio, mas da aceitação que cultivamos dentro de nós.

Por outro lado, permitir que as pessoas tirem suas próprias conclusões pode ser libertador. Isso nos dá espaço para nos concentrarmos no que é realmente relevante: viver de acordo com os nossos princípios, construir nossas relações genuínas e seguir nosso caminho sem o peso de expectativas ou julgamentos externos.

Por fim, é importante lembrar que o tempo sempre revela a verdade. Quem nos observa com o coração aberto, mais cedo ou mais tarde, enxergará quem realmente somos. E quem permanece preso a julgamentos infundados ou mal-entendidos talvez nunca estivesse disposto a conhecer a nossa essência. 

E está tudo bem. Afinal, não somos responsáveis pelas lentes com as quais os outros escolhem enxergar o mundo.

(*) Professor e Psicopedagogo

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