Exploração de tragédias: o acidente em Gramado já é alvo de golpes

 

(*) Bruno César

Eventos trágicos, especialmente no Brasil, despertam uma onda de comoção e empatia popular em torno das vítimas e seus familiares. Infelizmente, esse cenário também chama a atenção de golpistas, que se aproveitam desse sentimento para aplicar golpes.

Nesse contexto, o acidente ocorrido no último dia 23/12/2024 em Gramado, em que a queda de um avião de pequeno porte vitimou uma família inteira, e o acidente na mesma data envolvendo um ônibus e uma carreta em uma rodovia de Minas Gerais, que resultou na morte de 38 pessoas, já são alvo das primeiras explorações criminosas.

O oportunismo nesses casos se manifesta através de falsas campanhas de auxílio e da exploração da curiosidade mórbida da população. Golpistas rapidamente criam páginas e perfis falsos nas redes sociais, alegando arrecadar fundos para ajudar os familiares das vítimas. Essas campanhas são frequentemente acompanhadas por mensagens emotivas e imagens que buscam legitimar a fraude.

Outro mecanismo utilizado é a disseminação de links maliciosos. Por meio de SMS, e-mails e aplicativos de mensagens como o WhatsApp, esses links prometem imagens e vídeos exclusivos do ocorrido. No entanto, ao acessá-los, os usuários são direcionados a sites fraudulentos projetados para roubar dados pessoais e financeiros.

Os golpistas também costumam utilizar a credibilidade de organizações lícitas como estratégia para enganar suas vítimas. Logotipos e nomes de instituições confiáveis, incluindo órgãos governamentais, são frequentemente empregados para dar aparência de legitimidade às fraudes.

Para evitar se tornar vítima desse tipo de golpe, é fundamental certificar-se da existência real de uma campanha de arrecadação e auxílio às vítimas. Acompanhar informações em canais de imprensa oficiais, como televisão, internet e rádio, é uma forma eficaz de verificar a autenticidade de campanhas. Além disso, é essencial proteger suas informações pessoais e financeiras, evitando fornecê-las a não ser que tenha certeza absoluta da legitimidade do canal de arrecadação.

Caso seja abordado por alguém pedindo doações, esteja atento às táticas de pressão. Golpistas frequentemente tentam criar um senso de urgência para evitar que as vítimas tenham tempo de refletir. Se houver insistência, desconfie. Esse comportamento pode ser um indicativo claro de fraude.

Tragédias como as ocorridas em Gramado e Minas Gerais mobilizam a sociedade em prol de uma causa, mas também atraem indivíduos mal-intencionados que buscam lucrar de forma ilícita. É crucial agir com cautela e consciência, verificando sempre a autenticidade das campanhas e realizando qualquer ajuda de maneira segura e informada.

(*) Bruno César Teixeira de Oliveira, com uma carreira sólida na gestão de riscos, compliance e prevenção a fraudes em instituições financeiras. Colunista do site carioca O Boletim.

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