Poderia
falar numa “vitória da direita” na eleição de ontem. De fato, se compararmos o
desempenho pífio do PT com o do PL, dois polos do confronto ideológico
nacional, os resultados do PL foram muito superiores e se destacam, mesmo num
contexto em que quase 30 partidos disputaram os votos municipais do país. No
entanto, quem deve estar comemorando vitória com a voz das urnas são os
partidos do Centrão.
É
bom lembrar. Nas duas décadas subsequentes à Constituinte de 1988 o PMDB foi
governo ininterruptamente, mas adotou um modo peculiar de ser – integrava o
governo, saboreava os cargos e descartava os encargos quando incômodos.
Abastecia-se nas emendas e atendia sua clientela.
A
receita deu tão certo que novos partidos foram se juntando ao bloco que passou
a responder pela maioria no plenário do Congresso Nacional. Partidos que compuseram
durante bom tempo a base conservadora e liberal do país, como o extinto DEM
(hoje União Brasil) e o PP (Progressistas), entraram de “mala e cuia”, no dizer
gaúcho, para o clube das boas oportunidades e mandaram a ideologia às favas.
Novos partidos surgiram e fizeram o mesmo. O PSD é um exemplo típico. Sem
constrangimento algum, seu presidente, Gilberto Kassab, ao criá-lo, prometeu:
“Não será de direita, nem de esquerda, nem de centro”.
Descaracterizados,
os partidos chutaram seus programas e não promovem o menor esforço, seja em
divulgá-los, seja em torná-los efetivos no exercício do poder de cujas sobras
se nutrem. Sua atuação, dentro do Congresso, permite que vicejem e se tornem
decisivos líderes como os atuais presidentes das duas Casas legislativas. Os
fins explicam os meios.
Contados
os votos de ontem, mediu-se o sucesso dessa mediocridade. A lista dos quatro
partidos que elegeram maior número de prefeitos não inclui o partido do governo
(PT), que é o 9º da lista, nem o que lidera a oposição, que é o 5º da lista. Os
que beberam mais espumante, ontem à noite, foram PSD, MDB, PP e União Brasil.
Também foram esses quatro partidos que elegeram maior número de vereadores, com
inversão de ordem entre MDB e PSD. O PL é o quinto e o PT ficou em 11º lugar.
O
sinal está vermelho piscante para o PT. Especialmente em virtude do que se tem,
numa primeira análise ao menos, como maus resultados para a sigla de Lula nas
regiões Norte e Nordeste do país.
(*) Arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras. Escreve, semanalmente, artigos para vários jornais do Rio Grande do Sul, entre eles Zero Hora, além de escrever o seu próprio blog e em outros websites de expressão nacional, a exemplo do Mídia Sem Máscara, Diário do Poder, Tribuna da Internet. Sua coluna é reproduzida por mais de uma centena de jornais.
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