O
dólar avançava fortemente frente ao real nas negociações desta quarta-feira e
superou a marca de 5,40 reais em meio a preocupações contínuas do mercado com o
cenário fiscal no Brasil, o que fazia a divisa norte-americana recuperar perdas
obtidas mais cedo após dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos.
Às
12h02, o dólar à vista subia 0,83%, a 5,4043 reais na venda. Na B3, o contrato
de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,70%, a 5,417.5 reais na
venda.
A
moeda norte-americana chegou a disparar em 1,32%, atingindo a máxima do dia em
5,4303 reais às 10h57.
Temores
dos investidores com a trajetória fiscal ganharam força diante de declarações
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fórum de investidores e com a
repercussão da derrota do governo, e particularmente do ministro Fernando
Haddad, em seus esforços para compensar a desoneração da folha de pagamento.
"O
presidente Luiz deu um discurso em um fórum que acabou repercutindo mal entre
investidores e aumentou a percepção de riscos fiscais no Brasil e provoca forte
desvalorização da moeda", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de
Mercado da StoneX, citando frase em que o presidente afirmou que o aumento da
arrecadação e a diminuição dos juros permitirão a redução do déficit fiscal.
O
mercado também repercutia decisão anunciada na tarde de terça-feira pelo
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de devolver ao governo trechos
da Medida Provisória do PIS-Cofins que restringiram a compensação de créditos
do tributo.
A
decisão impôs uma dura derrota a Haddad, que buscava, com a MP editada há uma
semana, cobrir a perda de arrecadação com a manutenção da desoneração da folha
de pagamento, gerando um aumento de 29 bilhões na arrecadação deste ano.
Haddad
disse a jornalistas que sua pasta não tem um plano B para a MP, mas avaliou que
o Senado assumiu parte da responsabilidade de encontrar uma solução para a
compensação das perdas tributárias.
Nesta
manhã, o dólar chegou a recuar contra o real depois que o Departamento de Trabalho
dos EUA divulgou que seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em
inglês) ficou estável em maio na base mensal. Analistas consultados pela
Reuters projetavam uma alta de 0,1%, após avanço de 0,3% em abril.
Os
números fomentaram as expectativas dos investidores por um início do ciclo de
afrouxamento monetário no Federal Reserve pelo potencial de fornecer maior
confiança às autoridades sobre a trajetória da inflação nos EUA de volta à sua
meta de 2%.
Mais
tarde, o foco retorna ao exterior, quando o Fed anunciará sua decisão de
política monetária às 15h.
O
banco central dos EUA deve manter os juros inalterados na faixa de 5,25% a 5,5%
nesta reunião. Os investidores estão atentos, no entanto, às projeções
econômicas da instituição, que podem sinalizar o início de um ciclo de cortes
de juros nos próximos meses.
Após
a divulgação dos dados, operadores elevaram suas apostas de um corte nos juros
pelo Fed em setembro, agora em 70%, ante 54% antes do relatório.
Quanto
mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente
menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
O
efeito dos dados de inflação também pesavam sobre a divisa norte-americana no
exterior.
O
índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma
cesta de seis divisas -- caía 0,94%, a 104,270.
O
euro, que vinha mostrando fraqueza após as eleições para o Parlamento Europeu
mostrarem o avanço da extrema-direita no continente, era negociado a 1,085
dólar, em alta de 1,02% no dia.
Com informações de Fabrício de Castro e Isabel Versiani (Reuters)
Não deixe de curtir nossa
página Facebook e
também Instagram para
mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.
Postar um comentário