Entre os dez policiais militares baianos presos durante a operação Fogo Amigo, deflagrada pela Polícia Federal, nesta terça-feira (21), está o ex-subcomandante da 41ª Companhia Independente da PM (CIPM/ Federação). O nome dele não foi divulgado, mas a polícia informou que quando ele começou a ser investigado foi afastado do cargo e colocado em funções administrativas. A investigação desse crime tem cerca de um ano. Em média, os PMs vendiam cerca de 10 mil munições e 20 armas por mês. As informações são do Correio 24 horas.
O
ex-subcomandante tem a patente de capitão e esteve na sede da Superintendência
da Polícia Federal, em Água de Meninos, acompanhado pelo advogado. Ele desceu
do carro usando uma camisa preta e óculos escuros, e não conversou com os
repórteres. Além dele, foi preso outro capitão e oito praças, militares de
baixa patente. Um ex-PM, que foi expulso da Corporação no começo de 2024 por
envolvimento com o crime, também foi detido.
O
corregedor-adjunto da Polícia Militar da Bahia, tenente-coronel Hilton
Teixeira, explicou que um bombeiro militar também foi preso. No total, foram
cumpridos 19 dos 20 mandados de prisão preventivas expedidos para a Operação
Fogo Amigo, e houve uma prisão por porte ilegal de arma de fogo. Um PM de
Petrolina, em Pernambuco, foi preso. Os outros são donos de lojas de armas,
colecionadores de armas e caçadores envolvidos no esquema.
"A
Polícia Militar tem a obrigação e o dever de servir à sociedade e o próprio
policial militar também faz parte da sociedade. Em momento algum a Polícia
Militar vai coadunar com qualquer tipo de comportamento desviante, sempre
agindo para que isso não ocorra e demonstrando aos policiais que essa é a
postura que temos que adotar. Com 35 anos de polícia não me sinto bem em saber
que tem colegas que agem dessa forma, mas tenho a sensação de dever
cumprido", afirmou o corregedor.
As
armas eram obtidas de duas formas. Algumas eram apreendidas durante operações e
desviadas antes de serem registradas. Outras pertenciam a colecionadores e
caçadores, os chamados CACs, e eram repassadas para os policiais. A
investigação apontou que muitos dos donos dos registros tiveram os nomes usados
sem autorização, eram laranjas. Donos de lojas de armas em Juazeiro (BA),
Petrolina (PE) e Arapiraca (AL) também foram presos.
O
grupo estava agindo há pelo menos dois anos. A polícia não informou o nome da
facção que recebias as armas, mas o CORREIO apurou que era o Bonde do Maluco
(BDM). Os investigados responderão pelos crimes de Organização Criminosa,
Comercialização ilegal de armas e munições, Lavagem de Dinheiro e Falsidade
Ideológica, cujas penas, somadas, podem chegar a 35 anos de reclusão.
A
ação é integrada com o GAECO Norte do MP/BA, e com o apoio da CIPE-CAATINGA,
BEPI (PM/PE); CORE-Polícia Civil da Bahia; GAECO/PE; FORCE/COGER; CORREG
(Polícia Militar da Bahia e de Pernambuco); e Exército Brasileiro,
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