Foto ilustração
O
marketing político é uma ferramenta para a construção de narrativas e campanhas
eleitorais. Ele envolve a aplicação de técnicas de marketing para conquistar
eleitores e fortalecer a presença política.
Um
exemplo é a campanha presidencial de Barack Obama nos EUA em 2008, que foi
pioneira em estratégias de engajamento nas redes sociais e na criação de um
site oficial para o candidato.
Utilizando
plataformas como Facebook e Twitter, estabeleceu-se uma conexão direta com
eleitores, quebrando barreiras e transformando a política em uma conversa
aberta.
Essa abordagem não convencional marcou um ponto de virada no cenário do marketing político, destacando a importância de se adaptar às novas dinâmicas digitais para alcançar o sucesso político.
Entendendo
o Marketing Político
O ponto inicial do marketing político pode ser rastreado até a campanha presidencial de 1952, protagonizada por Dwight Eisenhower, o 34º presidente dos Estados Unidos.
Na
época, Eisenhower inovou ao contratar a agência publicitária BBDO para moldar
sua imagem e estratégia de campanha.
Essa
decisão solidificou seu sucesso eleitoral e inaugurou uma era na qual o
marketing político tornou-se uma ferramenta essencial para candidatos em busca
de influenciar a opinião pública.
Ou
seja, o marketing político é a aplicação de estratégias e técnicas de marketing
para promover candidatos, partidos políticos e suas propostas. Em sua essência,
visa criar uma conexão emocional com os eleitores, moldando percepções e
construindo narrativas que ressoem com os desejos da sociedade.
Na
prática, o marketing político evoluiu desde os dias de Eisenhower. Atualmente,
envolve diversas estratégias que vão desde a presença digital e o engajamento
nas redes sociais até a gestão da imagem do candidato.
Com
a internet, as plataformas online tornaram-se cruciais, proporcionando um
espaço para interações diretas e construção de comunidades engajadas.
Diferença
entre o marketing político e campanhas eleitorais
O
marketing político e as campanhas eleitorais diferem em sua abordagem e cronograma.
Isso
porque, enquanto o marketing político é uma estratégia contínua de construção e
manutenção de imagem, as campanhas eleitorais são eventos específicos
concentrados apenas no período eleitoral.
A
Lei 9.504/97 (Lei das Eleições), desempenha um papel na regulamentação do
processo eleitoral no Brasil. Ela estabelece regras específicas para o período
eleitoral, como limites de gastos e restrições à propaganda, visando assegurar
equidade, transparência e ética no cenário político durante o ciclo eleitoral.
O
marketing político deve operar em conformidade com essas leis e
regulamentações, mesmo com sua natureza contínua que o difere das campanhas
eleitorais.
O
que não é permitido no marketing político?
Agora,
vamos abordar detalhadamente o que não é permitido no marketing político de
acordo com as leis e regulamentações eleitorais.
O
Brasil realiza processos eleitorais em três esferas: federal, estadual e
municipal.
Em
todas essas instâncias, as normativas visam garantir a integridade, a
transparência e a equidade no processo democrático. Assim, as estratégias de
marketing político devem segui-las em todas as esferas.
Confira
as principais ações que são proibidas no marketing e em campanhas eleitorais:
Caixa 2
O financiamento não declarado de campanhas, conhecido como "caixa
2", é estritamente proibido em todas as esferas eleitorais.
Fake news
A disseminação de notícias falsas com o intuito de desinformar
eleitores é vedada em todos os níveis eleitorais.
Compra de voto
A compra de votos, direta ou indireta, é uma prática ilegal e
proibida em todos os processos eleitorais.
Uso indevido de recursos públicos
Essa medida visa evitar vantagens injustas
e assegurar que os candidatos compitam em condições equitativas.
Discriminação e discurso de ódio:
A disseminação de discursos discriminatórios ou de
ódio é vedada em todas as esferas eleitorais.
Calúnia, difamação e injúria:
Práticas que envolvem calúnia, difamação ou injúria entre candidatos são proibidas.
Propaganda eleitoral irregular
Existem regras sobre o tempo e os locais permitidos para propaganda eleitoral. Qualquer violação é considerada propaganda irregular.
A divulgação de pesquisas eleitorais falsas ou manipuladas é vedada para preservar a legitimidade do processo.
Uso de aparelhos sonoros em carros de som
Em muitos locais, o uso excessivo
de aparelhos sonoros em carros de som é regulamentado para evitar a perturbação
da ordem pública.
A
legislação eleitoral brasileira estabelece esses parâmetros para o marketing
político e as campanhas eleitorais com o intuito de preservar a integridade
democrática e garantir eleições justas e transparentes.
Etapas
de marketing político
No
marketing político, as estratégias devem ser adaptadas aos diferentes estágios
do processo político. São elas:
Eleitoral
O
marketing político eleitoral concentra-se no período que antecede as eleições.
Durante esse estágio, o foco está na conquista de votos e na criação de uma
imagem favorável do candidato.
Estratégias
como comícios e debates são implementadas para influenciar a opinião pública e
garantir apoio da população.
Pós-eleitoral
O
marketing político pós-eleitoral entra em cena após as eleições, buscando
manter ou fortalecer a imagem do candidato eleito. As estratégias aqui visam
consolidar a confiança pública, promover realizações e estabelecer uma presença
consistente.
A
comunicação contínua através de mídias sociais, campanhas de transparência e
ações que reforcem a identidade política são essenciais nessa fase.
Partidário
O
marketing político partidário concentra-se na promoção da imagem e valores do
partido político como um todo. Estratégias como eventos partidários,
comunicação de posicionamento político e engajamento com a base de apoiadores
visam consolidar a identidade partidária.
Este
tipo de marketing é crucial para manter a coesão interna, atrair novos membros
e estabelecer uma presença sólida na arena política.
Como é feito o Marketing Político?
Pesquisa
de público (pesquisa de mercado)
A
pesquisa de público, comparável à pesquisa de mercado no mundo empresarial, é
um pilar fundamental do marketing político. Ela proporciona uma compreensão
aprofundada das necessidades, preocupações e desejos do eleitorado.
Essa
análise orienta a formulação de mensagens direcionadas e estratégias adaptadas
às demandas específicas da população.
Segmentação
de público-alvo
A
segmentação de público-alvo envolve a identificação de grupos demográficos
específicos e a personalização das mensagens políticas para atender às suas
necessidades.
Essa
estratégia visa garantir que as mensagens ressoem de maneira eficaz,
considerando as diferentes perspectivas e interesses presentes na sociedade.
Construção
de imagem de candidato e partido (Branding Político)
O
branding político é a construção cuidadosa da imagem do candidato e do partido.
Inclui o desenvolvimento de logotipos, slogans e a promoção de uma identidade
visual coesa.
Essa
estratégia visa criar uma marca política sólida, reconhecível e associada a
valores específicos, proporcionando uma base para a conexão emocional com o
eleitorado.
Marketing
de Conteúdo
No
âmbito do marketing político, o marketing de conteúdo envolve a criação e
compartilhamento de informações relevantes e valiosas para o público. Isso pode
incluir a produção de artigos, vídeos e outros tipos de conteúdo que educam,
informam e engajam os eleitores.
O
objetivo é posicionar o candidato como uma fonte confiável de informações,
estabelecendo autoridade em questões-chave e construindo a conexão emocional
com os eleitores.
Redes
sociais
As
redes sociais desempenham um papel crucial no marketing político moderno. Uma
forte presença nessas plataformas, como Facebook, X (antigo Twitter), Instagram
e outras, permite uma interação direta com os eleitores.
A
divulgação de mensagens, atualizações em tempo real e a participação em
conversas online contribuem para construir uma comunidade engajada e
informada.
Estratégias
específicas para cada plataforma, como a utilização de vídeos ou publicações
interativas, são importantes para maximizar o impacto.
Site
Institucional
Um
site institucional é a base online do candidato, fornecendo informações
detalhadas sobre sua plataforma, histórico, propostas e eventos. Além disso, o
site é uma ferramenta crucial para a arrecadação de fundos, voluntariado e
engajamento direto com os eleitores.
É
essencial que o site seja intuitivo, responsivo ,com carregamento rápido e
contenha informações atualizadas. Esses pontos são necessários para construir
uma presença digital eficaz e transmitir uma imagem profissional e confiável.
E-mail
Marketing
O
E-mail Marketing permite uma comunicação direta e personalizada com os
eleitores. A segmentação eficiente possibilita o envio de mensagens adaptadas
às preocupações específicas de diferentes grupos demográficos.
Além
disso, o E-mail Marketing oferece uma plataforma para compartilhar atualizações
de campanha, propostas e eventos, mantendo os eleitores engajados de forma
contínua.
Ao
integrar estratégias de E-mail Marketing no marketing político, os candidatos
podem estabelecer uma conexão direta e significativa com o eleitorado,
contribuindo para uma campanha política mais informada e envolvente.
Importância
do marketing político
A
importância do marketing político é evidente na sua capacidade de influenciar a
percepção pública, conectar candidatos ao eleitorado e moldar o cenário
político de maneira significativa.
Aqui
estão alguns pontos que destacam a importância do marketing político:
Segundo
a pesquisa “A cara da democracia” de 2022, 33% dos entrevistados disseram se
informar sobre política no Facebook.
A
internet e a televisão são os meios mais utilizados pelos brasileiros para se
informar, de acordo com a pesquisa PoderData de 2021.
Segundo
a pesquisa TIC Domicílios 2023, 84% da população brasileira tem acesso à
internet atualmente.
De
acordo com a plataforma Poder360, a presença de partidos políticos nas redes
sociais passou de 25% em 2020 para 45% em 2022.
Esses
dados reforçam a importância do marketing político ao evidenciar a crescente
influência das plataformas digitais na formação de opinião política.
Minutas das resoluções para as Eleições 2024
Por fim, foi publicado no dia 4 de janeiro deste ano no site oficial do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) as minutas das resoluções para as regras que serão aplicadas às Eleições Municipais que irão dar início em outubro deste ano de 2024.
Por
isso, separamos alguns dos artigos que contém as resoluções mais importantes no
que tange às propagandas eleitorais:
Art.
3º-B. O impulsionamento de conteúdo político-eleitoral será permitido durante a
pré-campanha nos mesmos termos da campanha, vedado pedido explícito de votos e
observada a moderação e a transparência dos gastos.
Art.
9º-B. A utilização na propaganda eleitoral, em qualquer de suas modalidades, de
conteúdo fabricado ou manipulado, em parte ou integralmente, por meio do uso de
tecnologias digitais para criar, substituir, omitir, mesclar, alterar a
velocidade, ou sobrepor imagens ou sons, incluindo tecnologias de inteligência
artificial, deve ser acompanhada de informação explícita e destacada de que o conteúdo
foi fabricado ou manipulado e qual tecnologia foi utilizada, submetendo-se o
seu descumprimento ao previsto no §1º do artigo 323 do Código Eleitoral, sem
prejuízo de aplicação de outras medidas cabíveis quanto a ilicitude do
conteúdo.
Art.
13. § 3º As carreatas, os desfiles em veículos automotivos e outros atos de
campanha que envolvam custeio de combustível por partido político, federação,
coligação, candidata ou candidato deverão ser comunicados à Justiça Eleitoral
com, no mínimo, 24 (vinte e quatro) horas de antecedência, para fins de
controle dos respectivos gastos eleitorais.
Art.
29-A. § 2º Aplicam-se à live eleitoral as regras relativas à propaganda
eleitoral na internet, inclusive a vedação à transmissão ou à retransmissão em
site de pessoas jurídicas.
Fonte: BYB, Agência especializada em marketing digital!
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