O
aumento da circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), especialmente em
crianças de até 2 anos, tem gerado aumento da incidência e mortalidade da
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) — aponta o Boletim InfoGripe da
Fiocruz divulgado na última quinta-feira (11).
O
coordenador do Boletim InfoGripe, Marcelo Gomes, pontua que as mortes
associadas ao VSR nas crianças pequenas superaram aquelas associadas à Covid-19
nas últimas oito semanas epidemiológicas, refletindo o cenário da circulação
viral do período.
“O
volume de internações, especialmente nas crianças pequenas, já
atinge valores extremamente preocupantes. Nossos leitos pediátricos
continuam sofrendo uma pressão importante por conta desse vírus em particular”,
destaca.
Caroline
Andrade, pediatra do Hospital Santa Helena de Brasília, da Rede D’Or, explica
que o VSR é responsável por infecção respiratória em todas as faixas etárias,
porém é mais comum em bebês e crianças.
“Na
maioria das vezes, ele [VSR] vai se comportar como uma infecção viral leve,
como resfriado. Porém, algumas vezes ele pode desenvolver a forma mais grave,
levando à uma inflamação importante das pequenas vias aéreas, um quadro de
bronquiolite ou até mesmo pneumonia. Muitas vezes esses pacientes vão precisar
da internação para um suporte de suplementação de oxigênio”, informa.
A
pediatra destaca que recém-nascidos prematuros, crianças menores de 6 meses e
os menores de dois anos que possuem alguma comorbidade têm uma maior chance de
desenvolver a forma grave da doença.
Prevenção
De
acordo com Andrade, para diminuir a chance de infecção pelo VSR é
importante adotar medidas semelhantes à prevenção contra Covid-19.
“Evitar
lugares fechados e aglomerados; evitar enviar crianças com sintomas
gripais para escolas ou creches até resolução do quadro; evitar contato dessas
crianças com adultos com síndrome gripal e a higienização correta das mãos
e superfícies”, ressalta.
Casos
de SRAG
Segundo
o boletim, 18 estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de
longo prazo. Entre as capitais, 18 mostram indícios de crescimento:
- Belém (PA)
- Belo Horizonte (MG)
- Plano Piloto e arredores de Brasília (DF)
- Campo Grande (MS)
- Florianópolis (SC)
- Fortaleza (CE)
- Goiânia (GO)
- João Pessoa (PB)
- Macapá (AP)
- Manaus (AM)
- Natal (RN)
- Porto Alegre (RS)
- Recife (PE)
- Rio Branco (AC)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Salvador (BA)
- São Luís (MA)
- Vitória (ES)
Fonte:
Brasil 61
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