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Ednaldo
Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apontou as
condenações de Robinho e Daniel Alves como um “ponto final em um dos capítulos
mais nefastos do futebol brasileiro”. Segundo o dirigente, “é fundamental que a
corajosa atitude das vítimas inspirem cada vez mais mulheres a não se calarem
diante de barbaridades de tal ordem”.
“Mais
do que isso: num ambiente em que o machismo impera, nós, homens, precisamos
estar na linha de frente para combater não apenas a violência sexual, mas todo
tipo de violência. A CBF, todos os seus dirigentes e a comissão técnica da
seleção brasileira se solidarizam com as vítimas brutais dos dois crimes
cometidos pelos ex-jogadores”, escreveu o presidente em uma nota.
Ednaldo
destacou 14 pontos que estão na agenda de prioridades da entidade, que estão no
combate ao racismo, à homofobia e violências motivadas por rixas de torcidas:
1)
A parceria de quatro anos com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol
para o monitoramento sistemático de qualquer forma de discriminação no futebol;
2)
A realização, em 2023, do I Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no
Futebol representou um marco para o enfrentamento da questão;
3)
A instituição de um grupo de trabalho composto por mais de 50 representantes de
mais de 30 entidades do setor público, privado e da sociedade civil que se
reúnem com o objetivo de debater e construir soluções coletivas para a
problemática;
4)
A realização das campanhas “Por um Futebol e uma Sociedade Antirracista” em
2022 e “Com Racismo Não Tem Jogo” em 2023, tendo esta última vencido,
inclusive, a premiação global “FIFA THE BEST – FAIR PLAY AWARD”;
5)
A reforma do Regulamento Geral de Competições da CBF, com a introdução de
dispositivos de salvaguarda dos direitos humanos, além de sanções
administrativas severas para infrações de caráter discriminatório,
possibilitando que clubes sejam responsabilizados pelas condutas de seus
atletas, dirigentes e torcedores;
6)
A proposição de medidas às principais entidades de administração do futebol,
como FIFA, a CONMEBOL, a UEFA e outras federações nacionais, defendendo que
estas organizações incorporem provisões semelhantes às da CBF em seus
regulamentos;
7)
O diálogo permanente com os Ministérios do Esporte, Justiça e Segurança Pública
, Igualdade Racial e Relações Exteriores, buscando que autoridades espanholas
sejam impelidas a atuar na responsabilização e punição dos culpados pelos
crimes contra Vini Jr.;
8)
O apoio ao Coletivo Canarinhos LGBTQIAP+, financiando a elaboração do Anuário
da LGBTfobia no Futebol Brasileiro nas temporadas de 2022 e 2023;
9)
A realização, em 2023, do inédito “Levantamento sobre a Diversidade no Futebol
Brasileiro”, em parceria com a Nike e o Observatório da Discriminação Racial no
Futebol, que mapeou aspectos relacionados à diversidade racial, religiosa, de
gênero, orientação sexual e origem de atletas, treinadores e árbitros de clubes
participantes do Campeonato Brasileiro, no futebol masculino e feminino;
10)
O Acordo De Cooperação com o Governo Federal, por intermédio do MJSP e MEsp,
que prevê a implementação do “Projeto Estádio Seguro”, implantando os mais avançados
sistemas de controle de público nas arenas para combater violência;
11)
A contratação de consultoria especializada Travessia para a implementação do
“Programa de Diversidade e Inclusão da CBF”, com o objetivo de elaborar um
diagnóstico do ambiente corporativo, bem como planejar, executar e avaliar um
amplo programa de diversidade e inclusão, incluindo a elaboração de políticas e
mecanismos de prevenção e enfrentamento ao assédio moral e sexual, a realização
letramentos e treinamentos específicos com colaboradores, a implementação de
mecanismos de denúncias e intervenção precoce em casos de abuso ou assédio, bem
como o monitoramento global e periódico do programa, recentemente ampliado para
abranger treinamento também para todas as seleções brasileiras, masculinas e
femininas;
12)
O apoio da organização Futebol contra o Racismo na Europa, ou Football Against
Racism in Europe (FARE Network), em reconhecimento ao trabalho desenvolvido
pela CBF;
13)
A adesão ao programa FIFA Guardians para a implementação, em um futuro próximo,
de programas e políticas de salvaguarda, prevenindo e coibindo quaisquer abusos
ou assédios no âmbito do futebol organizado, por meio da atualização dos
requerimentos do Programa de Licenciamento de Clubes e da Certificação de Clube
Formador;
14)
A Candidatura para Sediar a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2027, que representa
o maior projeto da atual gestão para promover a participação de mulheres no
futebol, combater o machismo e desenvolver a modalidade.
“As
soluções aos problemas complexos e profundos que contaminam hoje o futebol não
se encerram com essa lista de ações, mas a CBF espera, por meio dessas e outras
iniciativas, contribuir não apenas para a melhoria do ambiente esportivo, mas
de toda a sociedade”, encerrou o presidente da CBF.
Fonte: Revista Isto É
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