(*) Valter Bernat
Oba!
Já acabou? Sério mesmo? Que ótimo, assim podemos voltar às nossas atividades
habituais, saindo e chegando em casa sem ter que conversar e convencer, um ou
mais guardas municipais, que você é morador daquela rua e que, portanto, tem
que passar para guardar seu carro em casa.
Antes
de iniciar esta festa momesca, recebi, de um amigo, um checklist para se
preparar para o carnaval. Ele dizia:
Ar
Condicionado, ok;
TV, ok;
Netflix, ok;
Prime, ok;
Cadeira/sofá/cama, ok;
Bebidas: água, cerveja, vinho, whisky ou caipirinha, ok;
iFood ok…
Eu
segui este roteiro ipsis litteris…
Assim
eu me preparei para passar o carnaval. Nada de TV aberta e nada de cinema – não
que eu não goste, mas é que teria que sair de casa e dar de cara com alguns
guardas municipais e/ou foliões impedindo ou dificultando minha passagem.
Pensei em ir comer fora, o mesmo problema, daí fiquei mesmo no iFood. Era
escolher o que comer, pedir pelo app e receber na porta de casa…
Só
não abri mão da minha academia, dia sim, dia não, cumpri minha missão. Dores?
Meu personal sempre pergunta: “Alguma dor, Seu Valter?”. E eu respondo: “Só as
de costume.” Nada que um gelinho depois, refastelado na cadeira assistindo a
filmes e séries, no ar condicionado. Alô Dona Light, quebra o galho na conta
deste mês?
Ô
coisa boa!!! Entre um “pause” e um “play” sempre houve
tempo para um xixi ou dar olhada rápida no celular para saber se tinha acabado
o mundo e ninguém tinha me avisado. Ainda não foi desta vez que acabou. Não
rolou, ainda bem… os hotéis comemoram a lotação de mais de 90% de seus quartos.
Os vendedores ambulantes, idem. O governo também, já que a arrecadação sobre
muito neste período.
Sobre
a apuração dos desfiles das Escolas de Samba… não, não estou maluco e nem sendo
incoerente. Eu não gosto de carnaval e não vejo os desfiles, mas gosto de ver a
apuração só no finalzinho, não tenho saco pra ver desde o início… e a Viradouro
ganhou no Rio, mas algumas escolas entraram com recurso, alegando que ela usou
mais figuras na Comissão de Frente do que o regulamento permite.
Vi
que a Liesa – nem sei se é este o nome ainda – vai decidir. Pela contagem, a
penalidade para o descumprimento do quesito seria 5 décimos, mas como ela teve
7 décimos de vantagem, morre na origem o recurso. Só pra não ficar carioca
demais, em São Paulo, que vem melhorando muito seu carnaval, ganhou a Mocidade
Alegre.
De
qualquer jeito, acho muito estranho esta vitória por décimos. O jurado (ainda
são 3 por quesito?), diante do que viu, decide se a escola vai ter 0,1 ou 0,2
de pontos tirados da nota máxima… eu não consigo entender isso… vá ser
especialista assim na… vocês sabem… rs
Imaginem-se
como um jurado: ao ver a 1a Escola, se apresentando no quesito que lhe
pertence: tudo muito lindo, perfeito, nenhum erro… daí ele vai dar 10? Não!!!
Ele não vai dar 10 porque não sabe o que vem pela frente. Pode ser que uma
outra Escola que esteja muito, mas muito melhor, daí ele opta para dar 9.9 na
primeira, e assim a Escola já perde um décimo… e assim por diante com os demais
jurados nos demais quesitos.
O
carnaval de rua anda em alta em todas as capitais. Há blocos antes, durante e
depois do período “oficial do carnaval”… Meu Deus!!! 100mil, 200mil, 1 milhão
de participantes, naquele calor saariano – 40 graus no termômetro, mas 48, 50
graus de sensação térmica. Haja cerveja (e banheiro).
Lembro
que há alguns anos o bloco Chave de Ouro saía na 4a feira de cinzas e a polícia
reprimia, prendendo os participantes… coisa do passado… hoje a festa dura quase
10 dias, senão mais…
Não,
não vou falar de política hoje, muito menos do ministro Alexandre de Moraes
sendo desmentido pela PF quanto à suposta agressão no aeroporto de Roma e,
muito menos, da fuga de presos em um presídio de segurança máxima em Mossoró –
RN. No entanto, uma frase que ouvi e li sobre este assunto, me chamou a atenção
e vale a menção:
“É
inadmissível que fugas ocorram em presídios federais.../…” o restante da frase
não me interessa no momento… lamento discordar. Pra mim é inadmissível a
fuga em qualquer presídio! Quem está preso tem que continuar preso, cumprindo
sua pena. Ponto final!
Mas
este não é o assunto deste editorial, que é de fim de festa. Por favor, menos
circo e carnaval e mais seriedade na gestão da coisa pública.
A
imagem ilustrativa deste editorial vai ser, bem humorada – dependendo
do ponto de vista pode ser mal humorada – que caracteriza a situação
de alguns cariocas em diversas momentos neste carnaval…
(*)
Advogado, analista de TI e editor do site/ O Boletim
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