Dois
novos casos de gripe aviária foram registrados no Brasil, segundo o Ministério
da Agricultura. A atualização está na plataforma digital da pasta. Com os dois
novos casos, desde maio de 23, o país já contabiliza 151 casos da doença em
animais silvestres — sendo que 147 foram em pássaros e quatro em
leões-marinhos.
Todos
os casos encontrados desde o ano passado foram detectados em aves silvestres,
ou seja, longe das cadeias produtivas. Os mais recentes foram no Rio Grande Sul
e no estado do Rio de Janeiro. Para Ricardo Santin, presidente da Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA), “os novos casos são iguais aos outros
mais de cem que apareceram em 2023, mas é preciso estar atento, pois a doença
não acabou.”
Brasil:
país livre da gripe aviária
É importante destacar que o Brasil ainda mantém o status de livre da influenza aviária de alta patogenicidade, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já que nunca foi registrado nenhum caso da doença em aves comerciais do setor produtivo.
Mesmo com os novos casos, o status sanitário do Brasil não muda. Mas
para o presidente da ABPA, aproveita o momento para reforçar os cuidados que
precisam ser tomados.
“Os
cuidados são aqueles básicos. Primeiro: da higienização das pessoas que estão
em contato direto com as fazendas e com os animais. Além disso, é importante
trocar calçados antes de entrar no aviário e não entrar com a mesma roupa que
você estava do lado de fora. Lavar bem as mãos e revisar o telamento — que
são as telas que protegem os aviários — também é fundamental.”
Santin
ainda ressalta que é fundamental evitar o contato de animais domésticos com as
aves. Para os veículos que entram nas granjas vale tomar o cuidado conhecido
como o pedilúvio — que é a higienização das rodas dos veículos que entram
nesses locais de criação. E, acima de tudo, evitar qualquer visita
desnecessária às granjas — essas visitas devem estar restritas aos técnicos e
trabalhadores do local.
Monitoramento
constante desde 2023
Segundo
a coordenadora do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos do Instituto
Argonauta, Carla Barbosa, desde o ano passado — quando os primeiros casos de
gripe aviária chegaram ao Chile e ao Uruguai —, as aves marinhas brasileiras
vêm sendo monitoradas. A preocupação era que a doença entrasse no país pelo
Sul.
“O
que não aconteceu. Os primeiros casos que a gente teve no Brasil foram no
Espírito Santo e em Ubatuba. Por isso nós não conseguimos descobrir que caminho
as aves faziam para chegar ao nosso litoral.” A coordenadora explica que as
aves marinhas, a partir de agora, terão que ser constantemente
monitoradas.
“Hoje
estamos ainda em observação das aves, acompanhando todas as aves —
principalmente as migratórias — mas também as aves reincidentes, para poder
acompanhar o andamento do vírus e saber como ele está se comportando.”
Transmissão
para humanos
Vale
lembrar que, segundo o Ministério da Agricultura e Organização Mundial de Saúde
(OMS), não há registros de contaminação de gripe aviária a partir do consumo de
frango ou ovos devidamente preparados. E, até hoje, nenhum caso da doença foi
registrado em humanos no Brasil.
Fonte:
Brasil 61
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