Aud. de Dissídio - Araucária Nitrogenados (18/02/2020) - foto captura de tela
A
fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), da Petrobras, será a
primeira da companhia a voltar a operar no País, disse na sexta-feira, 23, o
presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Em abril, o executivo irá a Mato
Grosso do Sul para ver a situação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3
(Fafen 3), em Três Lagoas, ainda sem prazo certo para entrar em operação.
“A
gente não tem uma linha do tempo definida, mas tem uma disposição já definida.
O nosso Plano Estratégico autorizou, e não só autorizou, como colocou
fertilizantes de volta na pauta de investimento da Petrobras”, disse Prates
após evento com o presidente Lula para lançar o edital dos incentivos da
estatal à cultura, somando patrocínio de R$ 250 milhões.
No
ano passado, o diretor de Processo Industriais da Petrobras, William França,
havia informado que a ideia da empresa é colocar a Fafen 3 em operação antes de
2028, e que a Ansa deveria voltar a fabricar fertilizantes no segundo semestre
de 2024.
De
acordo com Prates, apesar da avaliação de que a unidade de Mato Grosso do Sul
está 80% pronta, muito tempo passou desde a paralisação das obras, em 2014.
“Quando você fala de uma planta dessa, que é uma coisa que tem que estar viva o
tempo todo, como um carro antigo ou mesmo um carro novo, se você deixar na
garagem dois anos, três anos, ele começa a falhar. Então, na verdade é um 80%
que deve cair para 70%. Vai ter coisas que você vai ter que repor”, explicou
Prates.
O
executivo fez questão de pontuar que a gestão anterior da Petrobras não apenas
excluiu os investimentos em fertilizantes como praticamente proibiu a Petrobras
de investir no setor. Com isso, o Brasil passou a importar todo o fertilizante
que utiliza.
“Nós
recuperamos essa faculdade e temos projetos como esses, principalmente, que
ficaram no meio do caminho. Estava sendo construída, parou. Nós estamos
articulando formas disso ser agilizado para terminar essa planta e ela começar
a produzir. Ela está exatamente no meio do mercado agrícola”, destacou o
executivo.
Conselho
Ele
informou que após a visita de abril, a previsão de volta das obras da Fafen 3
será levada à diretoria e provavelmente ao Conselho de Administração, que vai
bater o martelo final para a data do início da operação da unidade.
Sobre
a volta da operação da Ansa, que fica próxima à Refinaria Getulio Vargas
(Repar), da Petrobras, no Paraná, Prates informou que será a próxima a ser
religada, mas não estimou uma data.
“E
tem a Araucária, que é próxima da nossa refinaria, que também deve ser
religada. Ela usa resíduo atmosférico, não usa gás natural. Então a gente vai
poder religar. Essa provavelmente vai ser a mais rápida, a que vai entrar
primeiro”, confirmou.
Com
a volta das fábricas de fertilizantes da Petrobras, inclusive as arrendadas
para a Unigel na Bahia e Sergipe, a necessidade de importação de fertilizantes
pelo Brasil deve ser reduzida. No final do ano passado, a estatal fechou com a
Unigel – arrendatária das unidades na gestão anterior da Petrobras – um acordo
de industrialização por encomenda (tolling), visando a retomada da produção nas
unidades, que vinham dando prejuízo à Unigel.
Fonte: Revista Isto É
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