Para
Lula não é preciso muito — basta um microfone e uma plateia — para dizer
despropósitos de improviso, revelando sua ignorância sobre variados temas. O
seu excesso de confiança, com o hábito nocivo de se considerar um semideus, tem
tropeçado, e muito, na língua (não na portuguesa, mas na dele). É o rei do
improviso inconsequente. Nem vale a pena enumerar aqui os anteriores, mas desta
vez ele se superou.
Penso
que o grande problema pra ele é o continente africano. Alguém lembra do
primeiro governo Lula, quando ele foi ao continente africano (não me lembro em
que país) e disse que “o país era tão limpinho que nem parecia a África”?
Desta vez, de novo na África, comparou a guerra em Gaza ao Holocausto: “O
que está acontecendo na Faixa de Gaza não existe em nenhum outro momento
histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Lula
deu outro tiro no pé. Seus assessores e amigos já sabem que não podem deixá-lo
sem o teleprompter, mas quem o controla? A improvisação, que ele tanto adora,
tem que ficar fora do mapa enquanto ele for presidente. Deveria seguir o
script, sem improvisar. Não foi o que ocorreu… de novo!
Após
a infeliz declaração de Lula, o Hamas divulgou seguinte nota:
“Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), agradecemos a declaração do
presidente brasileiro – Lula da Silva – por descrever aquilo que o nosso povo
palestino tem sofrido na Faixa de Gaza como um Holocausto. Os acontecimento na
Faixa de Gaza são como o que o líder nazista Hitler fez aos judeus durante a
Segunda Guerra Mundial”, destaca o comunicado.
Xi,
ficou feio pra Lula e pro Brasil… nossa posição, gritada aos quatro ventos por
nosso presidente, indiretamente, apoiou o Hamas. Isso não ficou bem!
Lula,
depois de meses se escondendo por trás de razões “humanitárias” para atacar
Israel e fazer louvores aos terroristas do Hamas, assumiu, perante o mundo, o
que realmente é, ou parece ser, um antissemita cada vez mais raivoso. Ele
jamais disse que Israel sofreu um ataque terrorista. Ao contrário, sempre
apresentou Israel como o agressor.
Na
tentativa de criticar as ações de Israel, cabíveis – embora reconhecidamente
excessivas – fez com que Lula fizesse um paralelo com relação ao Holocausto.
Isso é um absurdo. Nunca houve algo parecido no mundo e nem deverá haver, se
Deus quiser. À época foram construídas “maquinas de matar” que serviam para
dizimar judeus em massa, rapidamente… triste episódio de nossa humanidade.
A
ação de retaliação de Israel em Gaza é desproporcional, mas necessária, já que
o Hamas, infelizmente, se escuda em civis inocentes. A culpa pelos civis mortos
tem que ser dividida entre o Hamas e Israel. Este quadro desolador, no entanto,
não autoriza Lula a fazer a comparação com o período nazista e muito menos com
o massacre de judeus.
Movido
por vaidade e pelo impulso de se tornar um grande homem público em dimensão
mundial, e por despreparo, o presidente cometeu uma impropriedade histórica e
política, elidindo a linha de argumentação que condena a violência descabida em
Gaza. Falta a Lula uma assessoria mais lúcida, ou ele não atende às demandas de
sua assessoria?
Lula
ultrapassou a linha em suas declarações na Etiópia. Nada, nem a História, nem
mesmo a história diplomática do Brasil, nem a prática do Direito Internacional
e, muito menos, a Constituição de 88 justificam o que parece um improviso
ignorante e abusado.
As
declarações míopes de Lula não só afrontam a memória dos seis milhões de judeus
que foram assassinados, como dos brasileiros mortos no ataque do grupo
terrorista Hamas. Talvez ele tenha esquecido que dentre os reféns mantidos
pelos terroristas está um brasileiro. Novamente, o Brasil é colocado do lado
errado da história por uma fala irresponsável, perversa e antissemita do nosso
presidente. Novamente o Brasil emerge no cenário político internacional de
forma vergonhosa e negativa.
Qual
a consequência disso tudo? Simples. Lula foi considerado persona non grata em
Israel, país com o qual sempre mantivemos relações amistosas. Isso nunca
aconteceu com nenhum outro presidente do Brasil.
Ao
que parece, o governo brasileiro optou por não se retratar. Pra mim fica muito
pior… poderiam tentar uma retratação ou algo mais suave. Não se retratar,
reforça o apoio ao que fez o Hamas.
Israel
convocou o nosso embaixador. Diplomaticamente, isto significa que o país não
está satisfeito com as atuais relações diplomáticas. Daí, Lula trouxe-o de
volta, mas e os funcionários, como ficam? Certamente estão no rastro de persona
non grata. Coitado do cara, levou, no mínimo, um esporro do Netanyahu.
Que
a reação foi desproporcional, eu concordo, mas como combater terroristas que
usam civis e doentes para se escudar dos ataques?
Aguardemos
as cenas dos próximos capítulos…
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