A
onda
de calor que atualmente atinge o Brasil pode trazer prejuízos para o setor
do agronegócio a longo prazo. O país está passando por mudanças climáticas
significativas, revelam os resultados de um estudo
conduzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Ao
analisar dados climáticos dos últimos 60 anos, os pesquisadores identificaram
maiores tendências nas séries de precipitação, temperatura máxima e extremos
climáticos como dias consecutivos secos, precipitação máxima em 5 dias e ondas
de calor.
Os
resultados indicam um aumento notável nas anomalias de temperatura máxima,
especialmente na região Nordeste, onde as temperaturas atingiram 3°C acima do
período de referência. A análise também destacou alterações na precipitação
acumulada, com quedas — entre 10% e 40% — nas regiões Nordeste até o
Sudeste e na região central do Brasil, enquanto houve aumento entre 10% e 30%
na área que abrange os estados da região Sul e parte de São Paulo e Mato Grosso
do Sul.
O
principal impacto no agronegócio está associado não apenas ao calor, mas também
à irregularidade na distribuição das chuvas. É o que explica Gilberto Cunha,
pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Cunha
destaca que muitas lavouras de soja não puderam ser plantadas este ano devido
ao calor extremo. Já aquelas que foram plantadas mais cedo exigiram replantio,
resultando em elevação de custos e atraso na semeadura da soja.
Quanto
mais se atrasa a área de soja, maior é o risco para a cultura do milho, que
será semeado no final do verão e início do outono de 2024. Segundo o estudo do
Inpe, a tendência é que dias consecutivos sem chuva, dias com temperaturas
extremas e ondas de calor se tornem mais frequentes; como consequência, o
cenário de atrasos nos plantios continuaria a se perpetuar.
Francisco
de Assis, meteorologista e consultor climático, pontua que as mudanças
climáticas em pauta também podem ocorrer através de eventos extremos
meteorológicos cada vez mais intensos, resultando em um aumento significativo
de desastres naturais. Esses eventos incluem enchentes, secas mais severas e
frequentes, altas temperaturas, ondas de calor e até mesmo, ocasionalmente,
ondas de frio mais intensas. Por serem fenômenos mais agressivos, poderiam
gerar danos ao agronegócio de difícil reversão.
Para
Assis, essas condições adversas são claramente atribuídas à mudança climática
em andamento. O Brasil está enfrentando impactos consideráveis devido à sua
vasta extensão territorial.
“Esta
é uma situação que requer esforços conjuntos da população e do governo para
enfrentar de forma eficaz. A adaptação a essas transformações climáticas
torna-se uma necessidade premente, demandando uma abordagem colaborativa e
coordenada para combater os impactos dessa nova realidade”, completa.
Calor
extremo
O
calor extremo que tem impactado diversos estados brasileiros deverá persistir
ao longo da próxima semana. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu
um alerta de "grande perigo" para seis estados (Paraná, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul), além do
Distrito Federal, com término às 23h59 da quarta-feira (15). No entanto,
conforme explicou Andrea Ramos, meteorologista do Inmet, isso não indica que as
altas temperaturas irão diminuir.
As
temperaturas nessas regiões continuarão a ficar 5 graus Celsius acima da média.
No norte do país, a previsão é de que a umidade permaneça abaixo de 20%.
Fonte: Brasil 61
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