Recentemente o sorotipo 3 (DENV-3) do vírus da dengue ressurgiu após mais de 15 anos sem causar epidemias no Brasil, o que fez com que o Ministério da Saúde acendesse um alerta para o risco de uma epidemia da doença, que é causada por esse sorotipo viral.
Um
estudo da Fiocruz, coordenado pela Fiocruz Amazônia e pelo Instituto Oswaldo
Cruz (IOC/Fiocruz), apresenta a caracterização genética dos vírus referentes a
quatro casos da infecção registrados este ano, em Roraima e no Paraná. A
circulação de um sorotipo há tanto tempo ausente preocupa os
especialistas.
Dos
quatro casos analisados, 3 são referentes a pacientes que se infectaram no
estado de Roraima e não tinham histórico de viagem. Já no Paraná, o diagnóstico
veio de uma pessoa vinda do Suriname (País da América do Sul).
Durante
o lançamento da campanha nacional para o combate das arboviroses, a diretora do
Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e
Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), Alda Cruz, expôs que o Aedes Aegypti
tem como característica ser um mosquito com grande adaptação aos cenários
urbanos, o que cria uma dificuldade muito grande no combate a esse vetor.
“Com
relação aos fatores determinantes, eles são múltiplos. Tanto a variabilidade
climática, quanto fatores demográficos, sociais e econômicos, a própria
mobilidade das pessoas e também as características biológicas e a ecologia
tanto de vetores, mas também de hospedeiro”, alerta.
Tipos
de dengue
A
dengue possui 4 sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A
infecção por um sorotipo dá imunidade a essa variante específica, mas não
impede uma nova infecção por um sorotipo diferente. Segundo a Fiocruz, a
preocupação com o ressurgimento do sorotipo 3 deve-se à baixa imunidade da
população, pois poucos foram expostos a ele desde os surtos iniciais na década
de 2000.
De
acordo com o Ministério da Saúde, em 2023, até o final de abril, houve aumento
de 30% no número de casos prováveis de dengue em comparação ao mesmo período de
2022, em todo Brasil. As ocorrências passaram de 690,8 mil casos, no ano
passado, para 899,5 mil neste ano, com 333 mortes confirmados.
Alda
Cruz apresentou uma das ações do Ministério da Saúde para o enfrentamento da
epidemia dessas arboviroses, que foi a instituição do Centro de Operações de
Emergência em Saúde (Coe Arboviroses). E, segundo ela, está com 50 dias de
ativação. Esse centro de operações é ativado quando há registro de casos acima
da curva esperada para aquele período.
“A
instalação desse Coe é muito importante, porque ele permite uma ação coordenada
não apenas da nossa secretaria, mas também com outras secretarias do ministério
e outras instâncias, como Conas, Conasems, Anvisa, Fiocruz, entre outras, que
se reúnem diariamente para que a gente possa discutir os cenários e orientar as
tomadas de decisões”, explica.
De
acordo com a pasta, em 2023, foram investidos mais de R$ 84 milhões na compra
de quatro tipos de insumos para o controle vetorial do Aedes. Popularmente
conhecido como fumacê. A expectativa é que o Ministério da Saúde receba cerca
de 275 mil litros do produto neste mês de maio, normalizando o envio aos
estados e Distrito Federal.
Sintomas
Sara
Oliveira, assistente de pesquisa do InfoDengue, informa que os sintomas mais
comuns da dengue são:
Febre
alta, acima de 38,6°C;
Dores
musculares bem fortes;
Dor
ao movimentar os olhos;
Dor
de cabeça;
Falta
de apetite;
Mal-estar
geral;
Manchas
avermelhadas pelo corpo.
Prevenção
Não
estocar pneus em áreas descobertas
Não
acumular água em lajes ou calhas
Colocar
areia nos vasos de planta
Cobrir
bem tonéis e caixas d’água
Todo
local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor
coloca os seus ovos.
Fonte: Brasil 61
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