Em
2023, até o final de abril, houve um aumento de 30% no número de novos casos
prováveis de dengue em comparação ao mesmo período do ano passado em todo o
país. O Ministério da Saúde contabilizou, nos quatro primeiros meses deste ano,
899,5 mil ocorrências. Em 2022, foram 690,8 mil. Segundo a pasta, Espírito
Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e
Rondônia registram a maior incidência da doença.
O
ministério divulgou o balanço nesta quinta-feira (4), durante o lançamento
da campanha nacional para o combate das arboviroses. Neste ano, a
mobilização alerta para sinais, sintomas, prevenção e controle da dengue, zika
e chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
De
acordo com o ministério, o aumento das chuvas no período e a mudança na
circulação de sorotipo do vírus "podem ter contribuído para esse
crescimento".
Para
evitar proliferação do mosquito que transmite as enfermidades, a secretária de
Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, detalha que o enfrentamento será
feito observando as características locais. “Estamos começando fazendo essa
estratificação dos municípios, para entender onde que os criadouros estão, qual
a diferença entre eles, usando a tecnologia para propor estratégias diferentes
para cada local”, explicou.
A
secretaria alerta sobre a variedade de focos de proliferação do mosquito e
modos para enfrentá-los: “Às vezes, num mesmo município, nós temos formas onde
o mosquito se cria de forma diferente, então pode ser num recipiente de lixo,
pode ser numa água limpa que não está devidamente coberta, então cada tipo de
criadouro a gente vai atuar com uma estratégia diferenciada”, ponderou.
O
assessor do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Alessandro
Chagas, destaca o que analisa como essencial para o combate às arboviroses,
citando inclusive iniciativas de qualificação de quem está em contato com a
população, como os Agentes de Combate às Endemias e os Agentes Comunitários de
Saúde. “Incorporar novas tecnologias é importante. Uma outra coisa que, no meu
entendimento, reforça o SUS como um todo é o curso Saúde com Agente, que é uma
parceria do CONASEMS com o Ministério da Saúde. Você melhora a qualidade
técnica das pessoas, automaticamente a gente espera que a qualidade do serviço
também melhore. Mas o mais importante, e por último, é destacar o que estamos
fazendo aqui e agora, os entes unidos nesse enfrentamento. Isso é muito
importante”.
Observar
a gravidade dos casos e proporcionar atendimento médico adequado foi destacado
pela coordenadora geral de Vigilância das Arboviroses da Secretaria de
Vigilância em Saúde, Livia Vinhal. “Tivemos uma mudança no panorama de casos
graves e de dengue com sinais de alarme, que também têm uma interferência na
questão do manejo clínico. Então se bem hidratado, se bem manejado, você vai
ter menos pessoas ficando graves e menos pessoas com risco de óbito”.
A
orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure o serviço de
saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas,
que são semelhantes em casos de dengue, chikungunya ou Zika. Os principais são
febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e
articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na
pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores
abdominais.
Fonte: Brasil 61
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