O
medo de complicações indesejadas e a falta de confiança nas vacinas devido à
disseminação das Fake News estão, atualmente, entre os principais motivos que
levam pais e responsáveis a negligenciar a vacinação de crianças e
adolescentes. No primeiro caso, a taxa chega a 19,76%, enquanto no segundo, a
19,27%. O resultado consta na pesquisa “Hesitação vacinal: por que estamos
recuando em conquistas tão importantes?”, que ouviu mil pediatras.
De
acordo com o estudo, realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o
Instituto Questão de Ciência (IQC), 17,98% dos pediatras atribuíram o
“esquecimento” como causa para a não vacinação do grupo abrangido na pesquisa.
Outros 17,58% dizem ser devido à falta de vacinas no serviço público, enquanto
10,69% culpam o preço das vacinas nos serviços privados.
Henrique
Lacerda, infectologista, explica que a vacinação infantil é de extrema
importância, pois doenças que afetam principalmente as crianças como sarampo,
poliomielite, difteria, coqueluche, podem causar complicações graves, que podem
ir desde incapacidade até mesmo levar à morte.
“As
vacinas podem além de prevenir essas doenças, reduzir a gravidade, caso essas
infecções ocorram. Então, por exemplo, se a criança vacinada contrair a doença,
é mais provável que ela tenha uma forma mais leve e tenha menor probabilidade
de desenvolver as complicações”, expõe.
Cacilene
Coelho, de 42 anos, é orientadora pedagógica e moradora de Brasília - DF. Tem 2
filhos e diz que sempre ela e seus filhos sempre tomam os imunizantes
disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e mantém o cartão de vacina sempre
atualizado. “Nossas vacinas são todas do SUS. Eu nunca paguei nenhuma vacina
para eles e a eficácia é excelente. A minha filha nunca teve catapora, meu
filho também não”, conta.
De
acordo com o estudo, 81,29% dos pediatras entrevistados dizem que a vacina
contra a covid-19 é a que tem gerado maior apreensão nas famílias, seguida
pelas vacinas contra o vírus influenza, com 6,7% e a febre amarela, com
6,09%.
Principais
motivos alegados pelas famílias para não quererem a vacina contra o
coronavírus:
“A
vacina da covid-19 com tecnologia RNA pode trazer riscos à saúde das crianças”
(18,09%);
“Não
aceitar correr riscos, uma vez que imunizações podem causar doenças como
miocardite e trombose” (16,58%);
“As
vacinas de RNA não são seguras no longo prazo” (13,07%); “crianças não têm
Covid grave” (12,84%);
“Não
conheço nenhuma criança que morreu de Covid” (8,80%).
O
infectologista André Bon pontua que as vacinas disponíveis nos dias de hoje são
uma das principais responsáveis pela redução de doenças infantis que levavam à
morbidade e mortalidade infantil em todo mundo. “Deixar o calendário vacinal em
dia é super relevante para que as crianças estejam protegidas contra essas
doenças que podem inclusive levar ao óbito”, esclarece.
Renato
Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da SBP, alega que o
hábito de compartilhar informações sem verificar a procedência da fonte
tem levado as pessoas, inclusive parte dos profissionais de saúde, a conclusões
equivocadas. “É preciso trabalhar insistentemente na conscientização da
população, com o auxílio do Estado e da sociedade civil organizada, passando
inclusive pela atuação da própria comunidade científica”, completa.
Fonte: Brasil 61
Fonte: Brasil 61Para ler a matéria na íntegra acesse
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