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O
presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou a empresários
que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda precisa de tempo para se
estabilizar internamente, organizar uma base parlamentar e encontrar um rumo
para tocar suas pautas na área econômica no Congresso.
Durante
encontro com o Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo,
nesta segunda-feira (6), Lira disse que Lula foi eleito democraticamente, mas
com uma margem mínima de votos, e que o governo não tem apoio no Legislativo
nem para aprovar leis por maioria simples, muito menos para avançar em matérias
constitucionais, como é o caso da reforma tributária.
"Temos
um governo que foi eleito com margem de votos mínima e que precisa entender que
temos Banco Central independente, agências reguladoras, Lei das Estatais e um
Congresso com atribuições mais amplas", afirmou Lira, indicando que Lula
terá dificuldade para rever qualquer um desses temas.
Sua
fala foi aplaudida diversas vezes pelo público presente, composto também por
políticos.
Lira
disse que o governo não terá facilidade para aprovar a "tão falada, tão
difícil e tão angustiante" reforma tributária, tema que depende de
mudanças na Constituição.
Um
grupo de trabalho para elaborar uma nova proposta nessa área foi criado por
Lira, com previsão de fechar um novo texto em 16 de maio. A expectativa era que
a proposta final desse grupo fosse direto para votação em Plenário. Mas o
presidente da Câmara defendeu que esse texto seja votado antes em comissão
especial e disse que ele poderá ser revisitado pelos parlamentares para que se
extraia de lá as melhores propostas.
"Vamos
perseguir a reforma possível na matéria tributária. A gente vai ter de caminhar
devagarinho. Ninguém vai chegar na reforma ideal", afirmou Lira, que não
descartou que o Congresso trate também da questão da desoneração da folha de
pagamentos.
O
governo Lula estuda incluir mudanças na folha de pagamento na segunda fase da
reforma tributária, que tratará do Imposto de Renda. A primeira fase unifica a
tributação sobre o consumo.
O
presidente da Câmara falou mais de uma vez que há disposição em votar também
uma proposta de reforma administrativa, tema que tem encontrado oposição
histórica por parte do PT.
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